terça-feira, 8 de dezembro de 2015

CRÔNICA DO DIA: VICE DECORATIVO???

Fiquei estarrecida com a carta do vice-presidente à Dilma! Quero dizer, a carta endereçada, na verdade, à nação brasileira.

Depois de participar do primeiro mandato de Dilma "decorativamente", como ele afirma na carta, Michel Temer aceitou compor o quadro e se manteve na chapa para o segundo mandato da presidente eleita.

No texto, o ainda vice-presidente enumera seus vários feitos durante sua permanência "decorativa" no cargo, porém lamenta que nenhum deles tenha sido reconhecido pela presidente e seus assessores.

Dilma e Temer, conversando.


Além de estarrecida, achei lamentável a atitude do vice-presidente e confesso que fiquei muito receosa do que pode vir a acontecer. 

Caso a presidente sofra o impeachment, quem assumiria no seu lugar seria o vice, Michel Temer. Caso os dois fossem indiciados e condenados no processo, quem assumiria interinamente, já que o governo ainda está na primeira metade do mandato, seria o presidente da Câmara. Eduardo Cunha teria, então, que convocar novas eleições em até 90 dias. Isso, claro,  se nada mudar ou acontecer durante o período da permanência no poder do criativo e bem articulado Cunha.

Michel Temer, vice-presidente, e Eduardo Cunha, presidente da Câmara.


Bem, o vice-presidente não sofreu até agora e, provavelmente, não sofrerá o impeachment. Mas o que acontece se ele sair do governo e a presidente Dilma for impedida de continuar no cargo? Vamos pensar. Estamos na primeira metade do segundo governo de Dilma. Então, pelo que diz a nossa Constituição e já mencionado acima, quem assumiria interinamente seria mesmo o Eduardo Cunha. Enquanto isso, como fica o seu processo? Se Cunha também for afastado, quem assumiria seria o presidente do Senado, Renan Calheiros - PMDB-AL. 

Michel Temer, com Renan Calheiros, presidente do Senado.


Enfim, embora sejam peças "decorativas" no governo petista, é o PMDB que assumiria o governo até as próximas eleições, caso a saída da presidente Dilma se concretize. Isso, se tudo for decidido ainda na primeira metade do mandato.

Ah, mas temos um outro detalhe importante: se o processo contra Dilma só for finalizado na segunda metade do seu mandato, o presidente da Câmara (ele de novo!) assume o cargo e realiza uma eleição INDIRETA para a escolha do sucessor. Nessa eleição votam, apenas, os senadores e os deputados federais.

Pois é, amigos leitores, o momento é sério e inspira muita atenção. Não cabem brincadeiras como a que vi, agora há pouco, em uma rede social, onde um internauta afirmava que "até Fernandinho Beira Mar seria melhor que Dilma". Muito cuidado com o que dizemos e, sobretudo, com o que desejamos. Nossas ações, nossos pensamentos, nosso descaso, nossa falta de compromisso com a seriedade podem prejudicar o nosso futuro e o de todo o país. Atenção, amigos leitores! Muita atenção!


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

CRÔNICA DO DIA: "É UMA VERGONHA!"


É uma vergonha! É só o que podemos dizer do nosso Congresso Nacional e suas lideranças. O cinismo e a falta de compromisso com a nação e com o povo brasileiro são chocantes! Ninguém está preocupado com o destino do país! Em como o país parou a partir das últimas eleições. Só pensam em seus próprios interesses. Não vejo uma só pessoa no Congresso, no Senado, ou no executivo capaz de pensar no país, no povo brasileiro. É um festival de conchavos e acordos. 


O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, faz ameaças públicas a todos, caso não concordem com suas manobras e decisões e tudo fica por isso mesmo. Absurdo total! E agora, para sair do foco da questão e em uma atitude clara de retaliação, aceita abrir o processo de 'impeachment' contra a presidente Dilma. Não porque queira o melhor para nós, cidadãos brasileiros. Não! E sim para dar uma demonstração clara de força e impunidade. A oposição ao governo petista lhe estende as mãos, porque ele atende aos seus interesses mesquinhos e imediatistas.

Se o processo de 'impeachmentfor aceito, a presidente pode ficar afastada do cargo por 180 dias e, durante esse período, o vice, Michel Temer, assume o cargo. Caso saia vitoriosa, ela retorna ao cargo. Caso contrário, continuaremos governados pelo vice do PMDB. Grande mudança essa, meus caros! 

E enquanto só se fala nisso, Cunha permanece no cargo, imune às investidas insípidas dos seus opositores e o país... Ah, o país... Aguarda de braços cruzados, silencioso, o que essa elite política, de conduta duvidosa decide para as nossas vidas.

Como bem disse em entrevista o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa: "Não vejo, tanto na ala governamental quanto na oposição, a liderança lúdica que dê a direção correta".


Enfim, um futuro sombrio para nós, cidadãos brasileiros, pagadores de impostos e da conta que não reflete o nosso consumo.