terça-feira, 8 de dezembro de 2015

CRÔNICA DO DIA: VICE DECORATIVO???

Fiquei estarrecida com a carta do vice-presidente à Dilma! Quero dizer, a carta endereçada, na verdade, à nação brasileira.

Depois de participar do primeiro mandato de Dilma "decorativamente", como ele afirma na carta, Michel Temer aceitou compor o quadro e se manteve na chapa para o segundo mandato da presidente eleita.

No texto, o ainda vice-presidente enumera seus vários feitos durante sua permanência "decorativa" no cargo, porém lamenta que nenhum deles tenha sido reconhecido pela presidente e seus assessores.

Dilma e Temer, conversando.


Além de estarrecida, achei lamentável a atitude do vice-presidente e confesso que fiquei muito receosa do que pode vir a acontecer. 

Caso a presidente sofra o impeachment, quem assumiria no seu lugar seria o vice, Michel Temer. Caso os dois fossem indiciados e condenados no processo, quem assumiria interinamente, já que o governo ainda está na primeira metade do mandato, seria o presidente da Câmara. Eduardo Cunha teria, então, que convocar novas eleições em até 90 dias. Isso, claro,  se nada mudar ou acontecer durante o período da permanência no poder do criativo e bem articulado Cunha.

Michel Temer, vice-presidente, e Eduardo Cunha, presidente da Câmara.


Bem, o vice-presidente não sofreu até agora e, provavelmente, não sofrerá o impeachment. Mas o que acontece se ele sair do governo e a presidente Dilma for impedida de continuar no cargo? Vamos pensar. Estamos na primeira metade do segundo governo de Dilma. Então, pelo que diz a nossa Constituição e já mencionado acima, quem assumiria interinamente seria mesmo o Eduardo Cunha. Enquanto isso, como fica o seu processo? Se Cunha também for afastado, quem assumiria seria o presidente do Senado, Renan Calheiros - PMDB-AL. 

Michel Temer, com Renan Calheiros, presidente do Senado.


Enfim, embora sejam peças "decorativas" no governo petista, é o PMDB que assumiria o governo até as próximas eleições, caso a saída da presidente Dilma se concretize. Isso, se tudo for decidido ainda na primeira metade do mandato.

Ah, mas temos um outro detalhe importante: se o processo contra Dilma só for finalizado na segunda metade do seu mandato, o presidente da Câmara (ele de novo!) assume o cargo e realiza uma eleição INDIRETA para a escolha do sucessor. Nessa eleição votam, apenas, os senadores e os deputados federais.

Pois é, amigos leitores, o momento é sério e inspira muita atenção. Não cabem brincadeiras como a que vi, agora há pouco, em uma rede social, onde um internauta afirmava que "até Fernandinho Beira Mar seria melhor que Dilma". Muito cuidado com o que dizemos e, sobretudo, com o que desejamos. Nossas ações, nossos pensamentos, nosso descaso, nossa falta de compromisso com a seriedade podem prejudicar o nosso futuro e o de todo o país. Atenção, amigos leitores! Muita atenção!


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

CRÔNICA DO DIA: "É UMA VERGONHA!"


É uma vergonha! É só o que podemos dizer do nosso Congresso Nacional e suas lideranças. O cinismo e a falta de compromisso com a nação e com o povo brasileiro são chocantes! Ninguém está preocupado com o destino do país! Em como o país parou a partir das últimas eleições. Só pensam em seus próprios interesses. Não vejo uma só pessoa no Congresso, no Senado, ou no executivo capaz de pensar no país, no povo brasileiro. É um festival de conchavos e acordos. 


O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, faz ameaças públicas a todos, caso não concordem com suas manobras e decisões e tudo fica por isso mesmo. Absurdo total! E agora, para sair do foco da questão e em uma atitude clara de retaliação, aceita abrir o processo de 'impeachment' contra a presidente Dilma. Não porque queira o melhor para nós, cidadãos brasileiros. Não! E sim para dar uma demonstração clara de força e impunidade. A oposição ao governo petista lhe estende as mãos, porque ele atende aos seus interesses mesquinhos e imediatistas.

Se o processo de 'impeachmentfor aceito, a presidente pode ficar afastada do cargo por 180 dias e, durante esse período, o vice, Michel Temer, assume o cargo. Caso saia vitoriosa, ela retorna ao cargo. Caso contrário, continuaremos governados pelo vice do PMDB. Grande mudança essa, meus caros! 

E enquanto só se fala nisso, Cunha permanece no cargo, imune às investidas insípidas dos seus opositores e o país... Ah, o país... Aguarda de braços cruzados, silencioso, o que essa elite política, de conduta duvidosa decide para as nossas vidas.

Como bem disse em entrevista o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa: "Não vejo, tanto na ala governamental quanto na oposição, a liderança lúdica que dê a direção correta".


Enfim, um futuro sombrio para nós, cidadãos brasileiros, pagadores de impostos e da conta que não reflete o nosso consumo.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

BLOG DA FÁTIMA AUGUSTA: QUATRO ANOS!!!!


FELIZ ANIVERSÁRIO PARA O BLOG DA FÁTIMA AUGUSTA!!!


Hoje é um dia especial... É o dia do aniversário do Blog da Fátima Augusta. Quatro anos se passaram desde a primeira postagem, que contava como nasceu a ideia da história do girassol chamado Sol que não queria olhar para o sol.





Muitas águas rolaram, muitas novidades surgiram, muitas ideias brotaram. E hoje, o Blog ganhou um público fiel, amigo, que espera sempre por uma nova postagem.

Como de costume, vou aproveitar a oportunidade para divulgar as cinco postagens mais visitadas no último ano. Vejam só:




E vocês? Já escolheram qual a sua postagem favorita do Blog da Fátima Augusta? Opinem, escolham e, se quiserem, podem sugerir algum assunto que gostariam de ver abordado neste blog. 

Espero por vocês!

E...  Mais uma vez MUITO OBRIGADA, caríssimos leitores e amigos!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

"É SÓ UMA PIADA!" (Bullying ou brincadeira?)

Participei de um encontro no Colégio de Aplicação da UERJ (CAp-UERJ), no último sábado, que pretendia discutir o bullying  no ambiente escolar. Nomeado "Bullying no CAp-UERJ - reconhecer para combater", o encontro propunha um bate-papo sobre a questão, que gera tanta polêmica e sofrimento àqueles que são vitimados pela prática. Mas foi mais que isso. A grande questão levantada no encontro foi "afinal, é brincadeira ou bullying?"


Para ilustrar o encontro, mediado pela professora Claudia Barreiros, coordenadora do projeto de combate ao Bullying através da identificação e reconhecimento do problema, foi apresentado o documentário "O Riso dos outros". Nele, vários humoristas, escritores, chargistas, comediantes, professores, escritores, blogueiros, entre outros, comentam o assunto e, em muitas situações, acirram os ânimos e nos fazem parar para pensar. Se puderem, não deixem de assistir. Eu recomendo. É excelente para reflexão.

"É só uma piada", disse o comediante Rafinha Bastos, alvo de uma grande polêmica envolvendo o tema estupro. Apoiado por alguns, como a também comediante Marcela Leal, o comediante Danilo Gentili, entre outros, a frase gerou também uma grande onda de protestos. "As piadas não tem um fundo de verdade. Elas são a verdade. São a verdade com o nariz de palhaço", disse o escritor Antônio Prata. "As liberdades têm limites", alerta o deputado Jean Wyllys, acrescentando que a nossa liberdade termina quando começa o direito do outro.


"As piadas são a verdade com o nariz de palhaço".

Acho que é exatamente aí que está o ponto. Talvez porque a maior dificuldade do ser humano, a meu ver, é se colocar no lugar do outro, sentir a sua dor. Quando não somos capazes de fazer isso, não conseguimos perceber onde está o limite do espaço do próximo. Não conseguimos perceber o que é divertido e o que pode ser uma agressão ou um grande sofrimento. E qual será o motivo de fazermos graça com o sofrimento, ou a condição em que se encontra o outro? Isso é realmente engraçado? "Eu me vendo por riso", disse o comediante Danilo Gentili, reforçando a ideia do "é só uma piada". Será mesmo que vale a pena ganhar o riso de muitos, em detrimento do choro de alguns?



Certo, até agora, o que vimos no encontro foi o despertar do tratamento dado ao bullying no humor. Afinal, é tão comum comparar e igualar o bullying a uma brincadeira. É só prestarmos atenção na popularidade dos nossos humoristas. Mas e no ambiente escolar? Sim, na escola, quando os envolvidos são crianças do primeiro segmento do ensino fundamental e tem, no máximo, 12 anos de idade? Para a professora Claudia Barreiros, não se deve criminalizar o praticante do bullying. É preciso entender as motivações para tentar parar o processo. Um fato interessante mencionado no encontro foi a questão do "alvo". Sim, por que algumas pessoas são alvos fáceis para os praticantes do bullying? O que determina o "alvo"? Segundo a professora, o alvo normalmente demonstra um grande "sofrimento" com a situação, o que só alimenta esse tipo de atitude. "Muitas vezes outros membros do grupo aderem à prática para não se tornarem alvo", alerta Claudia, acrescentando que muitos praticantes de hoje já foram vítimas no passado.



Bem, mas identificado o problema o que fazer? Segundo a coordenadora do projeto, o primeiro passo é conversar com os envolvidos, para fazê-los entender as implicações de tais atos. Se não adiantar, aí sim, os pais devem ser acionados. "Alguns pais dos praticantes do bullying ficam chocados ao tomarem conhecimento das atitudes do filho, porque sequer o imaginavam capaz de cometer essas ações. Num primeiro momento, negam. Depois, normalmente, querem punir severamente. E, ao final, buscam o entendimento através de conversas", explica a professora.

Pelo que pude observar no encontro, o processo para identificar e combater o bullying é longo e exige boa vontade de todos os envolvidos. Para o "alvo" é um grande sofrimento e passar por esse período pode acarretar situações imprevisíveis, como no caso da estudante que foi vítima de ciberbullying e acabou se suicidando. 



Por tudo isso, por mexer com sentimentos profundos e grande sofrimento dos envolvidos é que precisamos estar atentos a questão. Em âmbito escolar, os educadores, inspetores e profissionais da educação em geral têm que estar abertos para ouvir os "alvos" e avaliar criteriosamente a situação. Eu mesma mencionei durante o encontro, que as crianças ou adolescentes vítimas do bullying devem sentir segurança no adulto que escolheram para relatar o problema. Caso contrário, as consequências podem ser extremamente prejudiciais. Mesmo no CAp-UERJ, onde o projeto de combate ao bullying é incentivado, contando, inclusive, com uma semana inteira dedicada ao tema, ainda há muito por ser feito. A mudança de hábitos e a conscientização não acontecem da noite para o dia. Mas o primeiro passo já foi dado. Para encerrar o encontro, Claudia Barreiros propôs uma palavra: "parceria!" 

Continuemos a caminhar, então! Juntos, atentos e comprometidos. Sempre na busca do respeito ao próximo. 

domingo, 5 de julho de 2015

DIVERTIDA E CRIATIVA MENTE!

Está em cartaz nos cinemas a animação da Disney Pixar DIVERTIDA MENTE. Quando assistimos ao trailler antes da estreia, meu filho e eu logo dissemos um pra outro: "não podemos perder. Parece interessante". E foi mesmo.

Medo, Nojinho, Alegria, Raiva e Tristeza.


As personagens coloridas, bem desenhadas e falantes são as emoções que convivem dentro da cabecinha da menina Riley, de 11 anos: Alegria, Tristeza, Medo, Nojinho e Raiva. Desde o nascimento a Alegria parece ter sido a líder das emoções da garotinha. Suas memórias são divertidas, alegres e cheias de amor. Ela vive cercada de amigos e rodeada de carinho da família. Mas, justamente, quando a menina vai enfrentar uma grande mudança em sua curta vidinha, Tristeza causa a maior confusão na sala de controle, isto é, no cérebro da Riley e acaba sendo expelida dali junto com a Alegria. E é aí que começa a confusão de fato. Já imaginaram uma pessoa sem alegria e sem tristeza?

O incidente acontece justamente quando Riley chega à casa nova e tem que enfrentar o seu primeiro dia na nova escola. Sem a Alegria para lhe impulsionar e a Tristeza para lhe fazer refletir, Riley tem que conviver com o Medo, a Raiva e o tédio da Nojinho. 

Enquanto isso, Alegria e Tristeza tentam a todo custo retornar à sala de controle e nessa batalha para chegar lá, elas vão descobrindo memórias já esquecidas, relembrando fatos que estavam guardados lá no fundinho da memória. Foi assim o reencontro com o elefantinho rosa, que se achava parecido com um golfinho. Era uma lembrança da primeira infância de Riley e Alegria ficou felicíssima em revê-lo. 

O filme usa e abusa da simbologia para mostrar o quão contraditórios podem ser nossos sentimentos e nossas atitudes, dependendo da emoção que decidimos escolher vivenciar. Apesar da confusão ter sido causada pela tristeza lá na sala de controle, ao longo da narrativa percebemos como é importante vivenciarmos esse sentimento para amadurecermos e crescermos. Mesmo deixando a personagem triste, é a Tristeza que a faz parar e refletir. Bom mesmo foi ver a incansável Alegria perceber isso e abrir espaço para esse sentimento. Antes a ideia era mantê-la circunscrita para não causar sofrimento a pequena Riley, só alegria. Mas ao caminharem lado a lado, Alegria percebe o quanto precisa da Tristeza para fazer com que a menina não esqueça dos seus bens mais preciosos: o carinho e o amor da sua família.

Tristeza, sempre pensativa.


Eu confesso que em alguns momentos o filme me emocionou bastante. Meu filho me perguntou se eu havia chorado. Diante da minha afirmativa, ele quis saber em que momento eu fiquei mais tocada e chorei. Respondi que foi o momento em que a lembrança do elefantinho rosa vai sumindo depois de ter tido uma atitude nobre. Ele igualmente tocado disse: "eu também, Mãe". Perguntei a ele se ele saberia dizer o por que dessa passagem ter nos emocionado tanto. Ele ficou pensativo. Arrisquei: "o elefantinho rosa são as nossas memórias infantis e é sempre muito difícil deixá-las para trás". 

Quando saímos do cinema, meu filho me perguntou qual personagem eu tinha gostado mais. Sem pestanejar, respondi: Alegria! Ele retrucou: "O meu foi a Tristeza... Fiquei com pena dela..." E passou a viagem de retorno à casa tentando me convencer de que a Tristeza era o melhor personagem. Mas eu resisti: "a tristeza é importante e muito necessária, mas ainda assim eu gostei mais da Alegria. Sua perseverança e também sua humildade ao reconhecer a importância da Tristeza, fazem dela uma personagem incrível". Como bem definiu uma amiga, "uma guerreira incansável"!

Alegria, sempre cheia de ideias.


Enfim, esta é uma animação para toda a família. Diverte, mas faz pensar. O final é igualmente simbólico. No filme, nossas memórias são armazenadas em bolhas (ou bolas) transparentes e sempre que a Tristeza tocava em alguma delas acidentalmente, elas ficavam com a sua cor e aquela memória passava a ser triste. Mas no final, Alegria permite que Tristeza toque algumas bolas, passagens felizes que a menina havia vivenciado com os seus pais e seus amiguinhos. Apesar das bolas mudarem de cor, aquela lembrança fica com o gostinho de saudade, de um tempo bom que não volta mais e que pode dar um certo ar de tristeza, sem, contudo, interferir negativamente na personalidade e no comportamento da menina. São momentos lindos e mágicos. 

Para quem ainda não viu, eu recomendo. Gostei muito. E para quem já viu, espero que o filme tenha lhe trazido boas, incríveis e intensas lembranças.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

CRÔNICA DO DIA: ELE SE FOI...

Há dias que trechos de uma música não saem da minha cabeça. Embora a letra não se relacione diretamente a experiência que eu estava vivendo, partes dela se encaixavam perfeitamente à situação.

"Não sei por que você se foi..."

É fato. Só sei que você se foi. Você teve que ir. Mas o porque eu não sei. Queria que estivesse aqui. Sempre vivemos distantes fisicamente. Também não sei porque. A vida quis assim. Mas nossos corações sempre foram unidos e afins, apesar da distância deste nosso país continental. A invenção de Graham Bell nos ajudou muito com isso. Nos entendíamos em poucas palavras. Você era o queridinho da família, o irmão mais velho, mais responsável, mais sério, o único que não foi criado acreditando em Papai Noel. Mas apesar disso, dentro dessa casca de praticidade, habitava um coração grandioso, generoso e extremamente amigo. Você sempre foi de poucas palavras e eu, sua irmã caçula, de muitas. Éramos complementares. Apesar da grande diferença de idade e de personalidade, nossa responsabilidade e seriedade diante dos fatos da vida, acabaram nos aproximando. Muito. Você do seu jeito mais sério e eu com o meu jeito mais expansivo.

"Quantas saudades eu senti..."

Quantas saudades eu estou sentindo neste momento e vou sentir sempre. Saudade da sua suave autoridade, que lhe garantia ser ouvido nas situações familiares mais espinhosas. Um dom só seu. Me lembro quando nossa mãe querida adoeceu gravemente. Parecia que não ia resistir e os médicos sugeriram uma transferência de hospital para tentar reverter o quadro. Nossos outros irmãos tiveram medo que ela não resistisse. Conversei com vários médicos e diante do que me disseram mais uma vez fiz uso da invenção do Graham Bell para conversar com você. Grande invenção o telefone! Sempre nos deixou tão perto... Expliquei a situação a você e falei das dúvidas dos nossos irmãos. Você foi taxativo: "Faça o que tem que fazer. Estou do seu lado. Se algo não sair como esperamos, teremos certeza que tentamos fazer o melhor". Pronto. Essa ordem foi suficiente para que eu agisse. Com a transferência, nossa mãe melhorou e após um mês internada, recebeu alta completamente curada. Apesar da distância física, eu não me sentia só. Você estava comigo. Sempre. De verdade.

"E aquele adeus não pude dar..."

Vencido pelas mazelas deste mundo terreno, você partiu. Foi tudo tão rápido. Tão ferozmente doloroso. E a distância não nos permitiu um último abraço, um último carinho, um último afago. 
"Estou tão cansado... Tão cansado...", me disse você na penúltima vez que nos falamos ao telefone. Não sei se foi a forma como disse, as reticências, as palavras implícitas que não chegaram a ser ditas, mas o meu coração apertou, doeu e um pressentimento tomou conta de mim. A hora estava chegando. Qualquer couraça se rompe e as lágrimas são inevitáveis nessa hora. Me mantive firme, tentei lhe dizer palavras de alento. Poucas. E, por fim, apenas "eu te amo muito". E recebi de volta a mesma frase dita de forma intensa e sentida: "eu também te amo muito". Ao desligar o telefone, desabei. Sozinha. Silenciosa. Bem ao seu estilo.
Cerca de duas horas depois dessa breve conversa, seu estado de saúde se agravou e eu achei que nunca mais nos falaríamos. Mas guerreiro como só meu irmão mais velho poderia ser, você resistiu por mais uns poucos dias e eu pude falar mais uma vez. Desta vez você só iria ouvir. Falar lhe exigia um grande esforço. Então falei eu. Mais uma vez. "Eu te amo, meu irmão. Estou ao seu lado. Estamos todos unidos em pensamento e no amor que sentimos. Te amo demais!" E num último esforço você disse, quase inaudível, rouco: "obrigado... Eu te amo..."

"Você marcou em minha vida. Viveu, morreu na minha história..."

Você foi um exemplo para todos nós. Não só fez parte da nossa história. Você marcou, você fez a diferença e o amor que sempre nos uniu nunca morrerá. Seguirá para sempre guardado dentro dos nossos corações e nas nossas mentes. 

"Gostava tanto de você..."

Eu GOSTO tanto de você! Muito! Para todo o sempre!










Meu irmão, meu amigo, em um momento feliz da minha vida, em que você pôde estar presente fisicamente.













(Referências à música "Gostava tanto de você", de E. Trindade, eternizada na voz de Tim Maia).

terça-feira, 12 de maio de 2015

DICA DE LIVRO: UM GRÃO DE TRIGO.


"Se você sabe todas as línguas do mundo, menos a sua, isso é escravidão. Mas se sabe a sua e aprende outras, isso é poder". 

Essa frase foi dita pelo escritor queniano Ngugi wa Thiong'o em entrevista ao Caderno Prosa e Verso, do Jornal O Globo, publicado no sábado, 2 de maio. Autor do romance de sucesso "Um grão de trigo", ainda inédito no Brasil, Ngugi escreveu o livro em inglês, porém depois da enorme aceitação do mesmo, resolveu mudar o nome de batismo, James Ngugi, para o atual e passou a escrever somente no idioma gikuyu.

A história se passa nos quatro dias que antecedem a declaração de independência do Quênia, em 12 de dezembro de 1963, e dá um panorama dos choques com o poder colonial. O livro, um dos clássicos da literatura africana do século XX, foi lançado em 1967, quatro anos depois da independência do Quênia, e será lançado aqui no Brasil, pela primeira vez, em junho deste ano, na FLIP.

Ngugi não sabe português e leu Jorge Amado em inglês, mas avisa que gostaria muito de ler as histórias de um dos nossos mais famosos autores no idioma gikuyu.

Muito interessante a entrevista, suas colocações, sua história de vida, suas experiências. Vale dar uma conferida. O livro vai entrar para minha lista de desejos.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

MENINGITE - SINTOMAS, CUIDADOS, PREVENÇÃO.

Nos últimos dias vi algumas mensagens na internet mencionando sobre uma possível epidemia de meningite. Grupos de pais, mães e responsáveis repassaram mensagens, notícias, postagens, preocupados com uma possível contaminação dos seus filhos. Diante do quadro que observei, decidi pesquisar um pouquinho para saber mais detalhes sobre essa tão temida doença. Queria dividir com vocês o resultado do que encontrei a respeito. 


A meningite meningocócica é uma doença infecciosa, que causa a inflamação da membrana que envolve o cérebro (meninges) e a medula espinhal. Transmitida por um grupo de bactérias chamadas meningococos, a meningite é uma constante fonte de preocupação, pois surge de uma forma repentina e sua evolução é muito rápida, podendo levar à morte em até 48 horas a partir do aparecimento dos primeiros sintomas.  Os meningococos atacam o organismo através das secreções da garganta ou nariz e os sintomas da doença, como dor de cabeça, vômitos, rigidez da nuca, prostração e febre alta, podem ser confundidos com os de uma virose comum e nunca devem ser desconsiderados. Quando não há um desfecho fatal, podem ocorrer sequelas, como danos cerebrais, surdez e até perda de membros. O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento podem minimizar os riscos, mas a observação sempre atenta e a prevenção podem ser uma boa opção no combate a essa vilã assustadora e implacável. 

Meningite bacteriana X meningite viral

A fama terrível da doença ganhou notoriedade entre 1972 e 1974, quando ocorreu, em São Paulo, a maior epidemia de meningite meningocócica que se tem notícia no mundo, causada pela bactéria chamada meningococo, que é transmitida pelas vias respiratórias. Mas diversos germes podem causar a meningite, como o pneumococo, o germe da pneumonia, e o hemófilo e ambos podem provocar um quadro semelhante ao do meningococo. 

Porém, nem sempre a meningite é causada por bactéria. Muitas vezes os agentes são os vírus, germes muito menores do que as bactérias e que, em geral, provocam um quadro mais leve da doença. Os sintomas são muito semelhantes aos da gripe e resfriados e, por ser mais benigna, podem evoluir sem tratamento. Já as causadas por bactérias podem ser muito graves e devem ser tratadas imediatamente com antibióticos.

Existem exames específicos para diagnosticar o tipo de meningite, mas às vezes, por conta da demora nos resultados, inicia-se logo o tratamento com antibióticos para impedir o avanço rápido da meningite bacteriana. Um indício importante de que o quadro não está evoluindo bem é a prostração da criança e o aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo, que podem indicar uma grande circulação de bactérias pelo sangue.

O mais importante é nunca desconsiderar nenhum sintoma. A visita ao médico é obrigatória, pois só ele pode avaliar melhor o quadro clínico e utilizar-se de exames especiais, se necessário, para obter um correto diagnóstico.

Avaliação médica é importantíssima para o diagnóstico.


Prevenção: o melhor remédio

O calendário oficial de vacinação inclui vacinas contra a meningite, porém não engloba todos os sorogrupos. Nos postos de saúde já encontramos imunização contra o pneumococo, o hemófilo e o meningococo do tipo C. Na rede particular podemos encontrar a imunização para os meningococos dos sorogrupos A, W e Y e é recomendada pelos pediatras. "Com a imunização de grande parte da população para um único sorotipo, os outros se tornam mais prevalentes", avisa a pediatra e pneumologista Beatriz Lam, acrescentando que sempre recomenda a prevenção. 

Há cerca de dois anos chegou uma nova "arma" contra a doença causada pelos meningococos: a vacina ACWY. Chamada quadrivalente por proteger contra quatro sorogrupos de meningococo (A, C, W e Y), esta vacina, disponibilizada apenas na rede particular, é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria a partir dos dois anos de idade, mas também pode ser ministrada em adolescentes e adultos.  Os cuidados na administração são os mesmos de outras vacinas: não aplicar em indivíduos com febre. Uma outra recomendação é de que esta vacina não seja administrada simultaneamente com outras vacinas, somente se for absolutamente necessário. Apesar do sorogrupo C já contar com a imunização na rede pública, na vacina ACWY funciona como reforço, já que a mesma também o engloba. "Quanto mais imunizada estiver a criança, melhor", observa a pneumologista.


Dra Beatriz Lam, pneumologista, ressaltou a importância da imunização.

Até o momento existem 13 sorogrupos de meningococos conhecidos, mas apenas cinco deles são responsáveis pela maioria dos casos de meningite (A, B, C, W, Y). Em São Paulo, o sorotipo mais comum é o C. No Brasil, como um todo, circulam os sorogrupos B, C, W e Y. Ainda não existe vacina para o sorotipo B, mas os pesquisadores já vem trabalhando nisso. 

O importante é ficar atento ao comportamento das crianças e não minimizar pequenos sintomas, como uma dor de cabeça, por exemplo. A visita ao pediatra, ou em casos mais emergenciais, a um hospital, é fundamental para obter a melhor solução para o problema, garantindo uma boa evolução para o caso.

Fontes pesquisadas: 
http://drauziovarella.com.br/virus-e-bacterias/meningite-2/
http://www.immuni.com.br/novidades/detalhes.asp?intCodigo=31

domingo, 5 de abril de 2015

CRÔNICA DO DIA: UMA NOVA (VELHA) FORMA DE ESCRAVIDÃO?

Uma matéria me chamou atenção na revista Super Interessante de Fevereiro de 2015. Uma matéria pequena, mas que me fez refletir bastante no dia em que foi lida.


Nós, brasileiros, quando ouvimos falar sobre a escravidão no Brasil, nossa memória nos remete imediatamente ao nosso passado, que parece muito distante. É como se viajássemos em segundos para um tempo que ficou bem lá atrás. E sempre vem aquela pergunta, será que a escravidão acabou mesmo? Ou será que ela adquiriu novos contornos? Sim, porque um trabalhador que não recebe justamente por seu trabalho, pode parecer um escravo da era moderna, não pode?



Todos já ouvimos falar sobre a precariedade vivida pelos trabalhadores chineses. Na referida matéria, intitulada A China da China, na coluna Super Novas, o assunto era exatamente sobre isso. "Operário chinês come o pão que o diabo amassou. Ganha pouco, trabalha demais, vive mal", constatava Patrícia Noriyassu em seu texto. Essa situação acarretou, em 2010, "14 suicídios na Foxconn, que produz os gadgets da Apple". Esse fato teria preocupado o governo chinês, que a partir de então, resolveu dar uma incrementada nas questões trabalhistas e chegou a aumentar o salário mínimo em 25% nos últimos dois anos (algo em torno de R$ 766,00), principalmente na região de Shenzen, onde se concentram a maior parte das fábricas de tecnologia. 

Até aí tudo parecia ir bem, afinal já havia passado da hora de alguma coisa ser feita, certo? Errado. Os empresários chineses, é claro, não gostaram das mudanças. Não porque viram sua margem de lucro diminuir. Não. Imagina! E sim porque, segundo eles, com um salário mínimo desses, não poderiam manter os mesmos preços baixos que conhecemos. Foi então que tiveram uma ideia brilhante: migrar suas empresas para lugares onde poderiam manter esses preços convidativos para o consumidor, aliados ao baixo custo da mão de obra, garantindo a felicidade de todos. De todos?... E que lugar seria esse? Adivinhem! Interior da China e... África! Sim, África! Nossa velha conhecida fornecedora, dos idos tempos, de mão de obra barata, ou melhor dizendo, gratuita. 




Com um salário mínimo bem atrativo para os empresários, em torno de 30 a 50 dólares por mês, mais de 2.500 empresas chinesas já migraram para o continente africano. Países como Nigéria, África do Sul, Zâmbia, Gana e Etiópia já são responsáveis por grande parte da produção de calçados, roupas, material de construção, eletrodomésticos e até automóveis. Patrícia alerta ainda que, em um futuro bem próximo, iremos começar a ler, com muito mais frequência, a inscrição Made in Africa, em lugar da nossa velha conhecida Made in China.

Mais uma vez o povo africano serve aos interesses comerciais dos povos que vivem além de suas fronteiras. É bem verdade que a ida dessas empresas para lá pode ajudar de alguma forma ao desenvolvimento deles. Mas esse desenvolvimento vai vir carregado de muito sacrifício de um povo acostumado a, literalmente, "matar vários leões por dia". Até que relações de trabalho mais justas sejam uma constante, quantos já não terão sofrido a dura realidade da exploração de um povo carente de tudo: saúde, moradia, comida, segurança, educação, entre tantas outras coisas.

Sempre vemos nos noticiários a luta contra a exploração do trabalho escravo, mas ao mesmo tempo, também assistimos, sentados e impotentes, a ida de grandes empresas ocidentais, não só asiáticas, para essas terras, devido aos grandes incentivos fiscais, o baixo custo da mão de obra e a garantia de lucro certo. Com isso, fica quase impossível deixar de adquirir produtos com essa procedência, numa tentativa quase pueril de impedir essa escravidão moderna.

O ser humano é por demais paradoxal. Mesmo aqueles que enriquecem algumas postagens nas redes sociais com seus comentários politicamente corretos, no dia a dia podem valer-se de facilidades e/ou vantagens, com o objetivo de lucrar de alguma forma em situações até corriqueiras. Em nome da luta contra os abusos da classe política, muitos lançam mão de certos artifícios, como o "gato" no consumo da energia elétrica, na tv a cabo e por aí vai, para economizar e desfrutar de um serviço pelo qual não está pagando. Isso dentro de um universo mais restrito. Imagina o que não fazem aquelas pessoas que detém o poder sobre muitos. Parece repetitivo lembrar de algumas pessoas que começaram suas vidas em situações bem desfavoráveis e que ao conquistarem uma situação econômica invejável, agem exatamente como aqueles que já estavam no topo da pirâmide. Isso é muito comum.

Na época da escravidão no Brasil, alguns poucos negros (uma minoria), já libertos, conseguiram destacar-se e enriqueceram. E ao verem-se em situação confortável, também adquiriram escravos para servi-los. Parece curioso, mas na própria África de outrora, os intermediários do tráfico negreiro, aqueles responsáveis por levar a "carga" humana até os exploradores/colonizadores, eram os próprios africanos. 

Será que o que vemos acontecendo agora na China, na África e muitas vezes até aqui mesmo no Brasil, é diferente dos idos tempos? Alguns poucos lucrando muito à custa de um trabalho quase servil. Será que seremos sempre assim? Será que nunca poderemos imaginar o quão difícil é viver com um salário de 30 dólares, quando nós mesmos, apesar de todas as dificuldades, ainda desfrutamos do próprio conforto da tecnologia, por exemplo, que permite que viajemos pelo mundo ao alcance de um clique? Para aquele povo que recebe um salário mínimo como esse, a maravilha do mundo globalizado chega a ser um "luxo".


Somos todos, com certeza, contra o trabalho escravo, mas adoramos os preços baixíssimos oriundos dessas produções, não é verdade? Afinal, adquirindo um produto barato, nos sobra mais dinheiro para usufruir de outras facilidades e vantagens. E assim a vida segue seu curso.



Eu queria que tudo fosse diferente. Que as pessoas não fossem privadas do básico e que pudessem, algumas (ou muitas) vezes, adquirir um pouco do supérfluo, que faz parte da vida e também alimenta a economia mundial. Há tempos que tenho a mania de olhar sempre a procedência dos produtos e, dia desses, fiquei feliz da vida quando encontrei um prendedor de cabelo com a inscrição made in France. Só faltei dar pulos de alegria, apesar do preço pouco convidativo. Mas ali, com aquele pequeno artefato em minhas mãos, pensei: "o trabalhador que o produziu deve levar uma vida mais digna". Assim espero. Assim como também espero que as relações de trabalho possam ser melhores nos países em desenvolvimento. Que em algum dia não precisemos mais produzir e lucrar à custa da exploração de alguns. 

segunda-feira, 30 de março de 2015

CAp-UERJ retorna parcialmente as aulas amanhã!

Em reunião convocada pela direção do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, mais conhecido como CAp-UERJ, hoje, pela manhã, o diretor Lincoln Tavares explicou as dificuldades e os motivos para que o ano letivo 2015 ainda não tenha iniciado na instituição de ensino. 




Estavam presentes à reunião a equipe docente e muitos pais, angustiados com a situação. Conforme foi demonstrado pela direção do Instituto, a questão da falta de professores é crítica. O sétimo ano é uma das séries mais afetadas pelo problema, pois existem diversas lacunas em sua grade de horário. Faltam professores em diversas disciplinas, como Artes, Francês, História, entre outras. "É o ano mais crítico que a gente tem", lamenta a vice-diretora Maria Beatriz Porto, acrescentando que a grade pode ir sendo preenchida, conforme forem tomando posse os aprovados nos últimos concursos realizados. Mesmo assim, as lacunas são serão totalmente preenchidas pelos recém-chegados. Por conta disso, foi permitida a realização de novo concurso para professores contratados, o que havia sido proibido pelo Ministério Público no ano passado. 
Um fato que, certamente, ajudaria na solução da falta de professores seria a renovação dos contratos dos professores que já lecionavam na instituição no ano passado. Mas, segundo as explicações fornecidas, há uma norma da universidade que exige um intervalo de um ano para a renovação dos contratos.

Dedicação Exclusiva

Diante do quadro desolador, alguns pais presentes levantaram a hipótese de se estender a carga horária dos professores. Alguns são contratados para 20 horas e outros para 40 horas, dependendo do contrato. "Não é tão simples como parece", descarta o diretor, acrescentando que muitos deles trabalham em outras instituições. Nem todos estão inseridos no programa da Dedicação Exclusiva (DE), principalmente aqueles que possuem uma carga horária mais reduzida. Além disso, a questão das horas não estabelece a permanência do professor somente em sala de aula. É garantido um tempo para pesquisa e desenvolvimento de projetos.


Outros problemas afligem e atingem toda a comunidade "Capiana", como a falta de técnicos e funcionários da limpeza também. Falta técnico para o laboratório de Física e, por conta disso, os alunos não podem receber a aula no laboratório por questões de segurança, apesar de ter professor para esta disciplina.

Ensino colaborativo prejudicado

Mesmo diante do quadro desolador apresentado, a reunião demonstrou as inúmeras tentativas realizadas para solucionar os problemas do instituto de uma forma mais permanente.
Para que as aulas do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental possam se iniciar amanhã, 31 de março de 2015, ficou decidido que as professoras do ensino colaborativo, bem como do clube de leitura, recuperação paralela, entre outras, assumirão as turmas e as disciplinas do Núcleo Comum, até que sejam empossados todos os aprovados nos concursos realizados. Para os alunos do sexto ao segundo ano do Ensino Médio, foi dada uma nova previsão: 13 de abril. Mas essa data ainda será confirmada nos próximos dias.



Sobre a notícia veiculada na imprensa neste final de semana sobre a exigência da reitoria da UERJ para que as aulas se iniciassem completamente hoje, o diretor informou que não recebeu nenhum comunicado oficial para isso, até porque, como foi demonstrado, a falta de professores é uma realidade. 
Ainda sobre essa situação, esteve presente também um integrante do Centro de Humanidades da universidade, Glauber Lemos, que garantiu que a exigência da volta às aulas no CAp hoje não foi abordado na referida reunião.


Vice-diretora explica as lacunas na grade de horários.

Bem, agora é continuar de olho firme e acompanhar atentamente os desdobramentos dessa situação, que ocorre já há algum tempo na instituição. E torcer para que o Colégio de Aplicação da UERJ continue tendo o ensino de excelência pelo qual sempre foi conhecido. Que as autoridades competentes não poupem esforços para que a educação de qualidade, que sempre foi oferecida pela instituição, possa se estender a todas as escolas públicas do Estado.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

CRÔNICA DO DIA: VAIDADE OU PRIORIDADE?

Caminhava pela calçada de pedras portuguesas da avenida Marechal Floriano, pela manhã, bem cedo, quando um casal dormindo sob a marquise de uma das lojas chamou minha atenção. Indiferentes ao burburinho do dia que começava, eles dormiam profundamente. Cobertos até o pescoço, notei que a mulher havia deixado os pés para fora e era justamente isso que destacava-se naquele cenário tão comum em grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro. Apesar dos pés sujos de quem anda descalço pela rua, suas unhas estavam pintadas. De azul. Acho que é uma das cores da moda atualmente. Acho. 

Com um impulso rápido e incontrolável, olhei minhas mãos. Unhas aparadas, curtas e... Sem esmalte! Imediatamente minha mente teceu indagações e considerações. "Com a correria do dia a dia, muitas vezes não sobra tempo de maiores cuidados conosco", justifiquei para mim mesma. Pintar as unhas, às vezes, é um luxo, que o serviço de casa não permite. A não ser que você não se importe em fazer as unhas hoje e amanhã já vê-las descascando. 

Mas os pés daquela mulher me incomodaram. Por que ela, que sequer possui um sapato, uma cama quente, um travesseiro cheiroso, limpo, um teto sobre a sua cabeça, roupas limpas, etc, pinta as unhas e eu não? Será que sou desleixada com a aparência, sou desprovida de vaidade? Não cuido de mim como toda mulher deve fazer? Será que sou uma mulher diferente? Será? Uma mulher meio menino, talvez. Não! Existem homens hoje em dia que também cuidam da aparência com esmero e dedicação. Não pode ser! Afinal, também gosto de andar cheirosa, limpa, cabelo tratado... Mas aqueles pés... Por que me incomodaram tanto?

Segui meu caminho lentamente com a cabeça absorta em tais pensamentos, sem conseguir chegar a nenhuma conclusão. A imagem daqueles pés de unhas coloridas não saía da minha cabeça. Aqueles pés sujos da sujeira da rua, descalços, mas com as unhas pintadas. E os meus... Calçados, quentinhos, limpinhos, protegidos... Mas as unhas sem esmalte ou base...

De repente, me veio a cabeça a palavra prioridade! Só pode ser isso! Cada um estabelece as suas de acordo com o que vive e acredita. Nossas vidas determinam nossas prioridades. Será? A única certeza que tenho é de que minhas prioridades são diferentes das daquela moça.  Só isso. Quem está certa? Eu? Ela? Quem sou eu para dizer...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

CRÔNICA DO DIA: FELIZ ANO NOVO!

Certa vez, há muito tempo atrás, um amigo meu de longa data me disse uma frase, que naquele instante, me deixou um pouco surpresa e, ao mesmo tempo, pensativa.

Ele disse: “Eu admiro você. Você consegue se alegrar com as pequenas coisas”.

Conversamos mais um pouco sobre a afirmativa acima, mas talvez, uma conclusão melhor sobre o significado dessa afirmação só chegou mais tarde, bem mais tarde.

De fato, apesar da mente sonhadora que me acompanha desde a infância, eu me alegro sim com muitas coisas, mas nunca consegui classificá-las por tamanho. A quantidade de sonhos nunca teve a ver com o tamanho deles. Sempre me alegrei com piadas bobinhas e sempre fui, talvez, bobinha, infantil, festeira, dançante e sei lá mais o quê. Nunca esqueci a piada daquele famoso chiclete: “Como se faz pilha de rádio? É só colocar um em cima do outro”. Eu gargalhava com essa piada. Tudo bem. Você deve estar pensando como alguém pode achar graça de algo tão... Bobinho! Pois é, eu achava. (Acho até que ainda acho, mas isso fica só entre nós)

Me lembro também, de uma lua linda que vi, quando estava, em pé, dentro de um ônibus lotado no Aterro do Flamengo, indo em direção à Copacabana. Ela estava magnífica em meio ao céu estrelado e não pude conter a exclamação: “Que lua linda!” Algumas pessoas me olharam e, em seguida, olharam a lua. Apesar de acharem estranho alguém fazer esse tipo de comentário, estando tão desconfortavelmente dentro daquele ônibus, algumas daquelas pessoas esboçaram um aceno de cabeça aprovando a afirmação. Nunca esqueci a visão do satélite mais especial da nossa amada Terra, a charmosa e estonteante Lua.

Pois é, depois dessas lembranças que me vieram a cabeça neste penúltimo dia do ano, eu descobri o que gostaria de desejar aos meus queridos amigos.
Que vocês realizem seus sonhos, claro, que amigo desejaria o contrário?
Que vocês tenham saúde? Óbvio!
Que vocês tenham amor? Dinheiro? Sucesso? Lógico que sim!

Eu desejo tudo isso e muito mais!

Mais alegria! Alegria que venha de dentro de cada um de vocês. Sabe aquela felicidade por estar aqui e viver mais um dia ao lado de todos que amamos, dos amigos queridos, dos irmãos?...

E, principalmente, que vocês também se alegrem com as tais pequenas coisas, essas que fazem a maior diferença no nosso dia a dia. A Lua pode até parecer pequena lá no céu, mas a beleza que ela irradia é majestosamente grande. Tão grande como o sorriso de uma criança feliz, capaz de iluminar o coração de uma mãe.

FELIZ ANO NOVO! FELIZ 2015!

Um grande abraço a todos!!!