domingo, 28 de abril de 2013

MEUS OITO ANOS - Casimiro de Abreu.

Estava eu folheando o caderno escolar do meu filho, quando me deparei com a poesia que ele havia estudado naquele dia na escola. Foi uma grata e adorável surpresa! Que belos versos, que lembranças doces e cheias de saudade... As do autor e as nossas... Mas nada sofrido... É aquela saudade gostosa de quem viveu belos e bons momentos na infância. Não é um desejo de se voltar no tempo e sim de aproveitar tudo de bom que vivenciamos naqueles dias, para tornar o nosso presente o que o nome já diz: UM PRESENTE!

Diante da emoção que senti ao reler esta poesia, decidi compartilhar com o meu filho esse sentimento tão profundo. Na hora de dormir, eu peguei a poesia e disse que tinha adorado vê-la no seu caderno e, por isso, ia ler para ele novamente. E assim fiz. Ao final, percebi que os seus olhinhos estavam cheios d'água. Dei um sorriso e ele me disse: "Ai, Mãe, fiquei tão emocionado!" E eu mais ainda! Dei-lhe um beijo de boa noite e fizemos as orações agradecendo por tudo de belo que existe no mundo. Ele dormiu tranquilo e em paz. E eu também. Graças a Casimiro de Abreu e os seus versos tão lindamente escritos e inspirados!

Por isso, meus caros e queridos amigos leitores, vou transcrever para vocês o texto da belíssima poesia de Casimiro de Abreu, MEUS OITO ANOS.


MEUS OITO ANOS
(Casimiro de Abreu)

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida.
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras, 
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor,
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! Dias da minha infância!
Oh! Meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nem risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto o peito,
- Pés descalços, braços nus - 
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar,
Rezava às Ave-Marias
Achava o céu sempre lindo,
E despertava a cantar!

Oh! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida.
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Dica de livro: MELHORES CRÔNICAS, de Rachel de Queiroz.

Na minha última postagem sobre o DIA MUNDIAL DO LIVRO e DOS DIREITOS DO AUTOR, recebi um pedido muito especial de um fiel seguidor do meu blog. Ele deseja receber uma indicação de livro para ler. Sendo assim, vejam o texto abaixo e conheçam o que anda ocupando minha mente nos últimos dias.


O livro que indico e estou lendo no momento pertence a Coleção Melhores Crônicas, sob a direção de Edla van Steen. Eu escolhi o livro Melhores Crônicas da Rachel de Queiroz, cuja seleção e prefácio foram feitos por Heloísa Buarque de Hollanda

Rachel de Queiroz é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras do século XX e foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. “No quadro de sua atividade regular na imprensa, foi na crônica que concentrou a maior parte de sua colaboração. Foi a crônica o espaço onde melhor registrou suas lembranças, opiniões, afetos, indignações”, afirma Heloísa em seu prefácio, acrescentando que foi através de suas crônicas, que “a autora mais experimentou os limites de sua escrita”.



Em suas crônicas sentimos como se Rachel estivesse conversando conosco. Eu, particularmente, destaco algumas, que me tocaram mais fortemente ao coração, como A donzela e a moura torta, Saudade e Pátria Amada, por diferentes razões. 

Em A donzela e a moura torta percebemos e sentimos a ignorância e a inutilidade dos ódios que vão passando de pai para filho, sem sequer sabermos mais o motivo que desencadeou tal sentimento. Essa crônica nos faz refletir muito sobre os nossos próprios sentimentos, mesmo que eles não sejam tão intensos e violentos como os das famílias ricas da referida história. Muitas vezes, a intensidade dos sentimentos é tão forte, que nos impede de seguirmos adiante com as nossas vidas. 

Em Saudade vivenciamos mais momentos de reflexão, quando a autora afirma não ter “saudade de nada... Nem mesmo de quem morreu.” Levamos um susto, mas logo em seguida ela explica que sente falta da presença, mas no momento atual, não da presença e das experiências do passado. Faz sentido, não é mesmo?  Não é saudade do que ficou para trás e sim a falta de não poder viver novas experiências com aquela pessoa que já partiu.

Quem já passou algum tempo fora do país vai entender muito bem o sentimento que ela descreve em Pátria Amada. Encontrar subitamente algo que nos lembre a nossa pátria (no caso do texto em questão, ela menciona a bandeira nacional), pode nos fazer sentir uma falta inimaginável da nossa terra. Cheguei a sorrir quando Rachel diz: “o que você quer é bagunça, o que você quer é isto mesmo – é Brasil que você quer!” De fato, quando estamos longe do nosso país, sentimos falta até dos seus defeitos e imperfeições.  

Enfim, um livro ótimo, que nos convida a reflexão em cada texto, em cada página. Às vezes, triste. Às vezes, engraçado. Às vezes, extremamente profundo. Mas sempre fascinante!

Coleção Melhores Crônicas
Autor: Rachel de Queiroz
Global Editora

terça-feira, 23 de abril de 2013

DIA MUNDIAL DO LIVRO e DOS DIREITOS DO AUTOR!!!


Hoje é o DIA MUNDIAL DO LIVRO e DOS DIREITOS DO AUTOR! Para conhecer maiores detalhes sobre essa data e o que ela representa, não deixem de acessar a minha postagem anterior sobre o assunto. 

Vale a pena dar uma conferida.

Até a próxima!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL!!!

Hoje é o DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL!  Para conhecer maiores detalhes sobre essa data e o seu homenageado especial, o escritor Monteiro Lobato, não deixem de acessar a minha postagem anterior sobre o assunto. 

Vale a pena dar uma conferida.

Até a próxima!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

SOL, O GIRASSOL FOI PARA A ESCOLA!

Sol, o girassol que não queria olhar para o sol anda muito satisfeito! Ele foi convidado para fazer uma visita para as crianças da Escolinha de Evangelização do Grupo Espírita Discípulos de Francisco de Paula, no bairro de Água Santa, no Rio de Janeiro.

O grupo faz um trabalho de assistência com as crianças das comunidades próximas e durante esses encontros procuram trazer mensagens que transmitam bons valores. Por essa razão, decidiram convidar o Sol. Ficamos muito felizes com o convite e com a oportunidade de fazermos novos amigos, que é o que Sol mais queria, não é mesmo?

Durante o encontro eu contei a história do girassol sonhador e insatisfeito para as crianças e, após a contação, foram sorteados alguns livros para as crianças presentes. Foram momentos muito agradáveis e prazerosos. 

Confiram agora alguns desses momentos:




Começou a contação da história.







Turminha atenta e participativa.








Sol, o girassol com os sorteados.


Sol, ao lado das crianças e das trabalhadoras voluntárias.


Trabalhadoras voluntárias da Escolinha de Evangelização




Amiga e fã prestigiando esse momento especial.
Sol e eu agradecemos o convite da Escolinha de evangelização. Obrigada, pessoal! Até a próxima!