quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Livro, o melhor presente!

O Dia das Crianças vem aí! É uma boa oportunidade para presentearmos nossas crianças com um bom livro, como forma de incentivá-los a adquirir o hábito da leitura, não acham?

Ler traz conhecimento, cultura e informação. Através da leitura fazemos viagens incríveis, conhecemos lugares exóticos e históricos, embarcamos em aventuras inimagináveis e ainda temos a oportunidade da reflexão sobre diversos assuntos.

Ler é realmente fantástico!

Com o dia 12 de outubro se aproximando, considerem a ideia de presentear seus filhos, sobrinhos, netos, afilhados ou afins com um livro. Alimentando o hábito da leitura, será fácil perceber o avanço e a desenvoltura com que as suas crianças abordarão os mais diversos assuntos em um futuro próximo.

Que tal? Vamos tentar?

Ah, e aguardem! Vai ter promoção no Blog da Fátima Augusta! Até breve!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Conto premiado: "UM DIA DIFERENTE".


Conheçam abaixo o conto premiado na Bienal de 2009, no Rio de Janeiro, que faz parte da coletânea de contos do livro CONTOS DE TODOS NÓS, da Editora Hama.

Um dia diferente

            Relógio desperta com o som agudo de costume.  Luciana acorda sobressaltada.  Levanta a cabeça.  Procura a origem daquele barulho ensurdecedor com os olhos apertadinhos de sono.  Sua mão começa a tatear os objetos da mesinha de cabeceira.  Enfim, o prazer.  Seus dedos sentem o botão salvador.  Apertam-no.  Alívio.  Fim da procura angustiante e início da tranqüilidade.  Luciana volta-se para o lado, enfia-se mais embaixo das cobertas, encolhidinha, com aquele ar de satisfação e preguiça.  Permanece assim por mais cinco minutos.  Novo despertar do relógio.  Desta vez não tem desculpa.  Olha a hora, pula da cama e corre até o banheiro.  A ducha fria a desperta por completo.  Volta ao quarto enrolada na toalha.  Procura um traje no guarda-roupa, que para sua surpresa está por demais organizado.  Fica pensativa. Começa a achar que algo estranho deve estar acontecendo.  A casa silenciosa.  O armário arrumado.  A mãe ainda não apareceu para apressá-la.  Decididamente, há algo errado.  Mas o que poderia ser?  Resolve investigar.
            Na cozinha, sua mãe, cantarolando uma canção antiga, prepara o café.  Está com ar de felicidade.  Luciana entra esbaforida, mas pára de repente, diante do inusitado da cena. 
            - Mãe, aconteceu alguma coisa? - pergunta.
A mãe, voltando para ela, lhe dá um carinhoso beijo na face, um bom-dia gentil e a manda sentar-se.  Luciana fica boquiaberta.
            - Mãe, o que está havendo?  Não vai trabalhar hoje? 
            - Claro que vou.  Só quero tomar meu café tranqüila, como sempre.
            - Sempre?! - surpreende-se Luciana. - A senhora nunca toma café, sai sempre correndo, nunca tem tempo...  -  Interrompe-se. - Quem arrumou meu armário?
            - Sua irmã.  Ela achou que você anda muito cansada...
            - Carla arrumou meu armário?!  Essa é boa!  Ela nem consegue arrumar o que é dela!
A mãe ignora o que Luciana diz e, sorrindo amigavelmente, lhe entrega um pratinho com um misto-quente.  Luciana olha o prato sem entender nada.
            - Que cara é essa, menina?  Não gosta mais de misto-quente?
            - Eu?!  Claro que gosto...  Mas é que...  A senhora nunca tem tempo de fazer...  E eu nunca tenho tempo de comer...  Estou sempre em cima da hora...
            - Luciana, que está havendo com você? Está doente?  Não pode ir trabalhar?  Vou ligar agora pro seu Alfredo e avisar que você não vai trabalhar hoje...
            - Imagina, mãe!  Seu Alfredo me põe no olho da rua!  Aquele intratável!
            - Não fala assim!  Uma pessoa tão boa!
            Luciana, preocupada com a esquisitice da situação, decide ir logo pro trabalho.  Nem come o sanduíche.  A mãe ainda tenta chamá-la.  Em vão.  Ela já ganhou a rua.

            As surpresas foram muitas para Luciana nesse começo de dia.  Primeiro o armário todo arrumado.  E pela irmã!  Depois o silêncio da casa...  Onde estaria o pai, sempre apressado e preocupado e a irmã, implicante e intrometida?  E a mãe, estranhamente tranqüila e bem-humorada?  O que teria acontecido?  Nunca a vira assim tão carinhosa e contente.  Nem no dia de pagamento!  Principalmente!  Porque logo lembrava de todas as contas e do pouco dinheiro que ganhava.  Era um baixo astral só.  O que a teria feito mudar de atitude?  “Será que ganhou na loteria?” - pensou Luciana.  Estava absorta em seus pensamentos, quando de repente percebeu que tudo estava diferente nas ruas também. 
            Não havia ninguém dormindo nas calçadas.  No sinal de trânsito, próximo ao ponto de ônibus, nenhuma criança oferecendo-se para lavar os pára-brisas ou vendendo balas.  Passou a reparar, então, nas pessoas ao seu redor.  Todos tinham expressão de felicidade, de paz.  De paz!  Essa era a palavra!  Paz!  Percebeu que a bolsa de uma mulher estava aberta.  Ela nem havia se dado conta.  Decidiu avisar.  A mulher olha Luciana completamente surpresa, como se tivesse ouvido uma asneira das grandes.  “Como alguém poderia se preocupar com uma bolsa aberta numa cidade tão tranqüila como o Rio de Janeiro?  Inadmissível!”  Luciana, constrangida, pede desculpas e se afasta, cada vez mais intrigada.  Será que ela estava sonhando?  Ou as pessoas tinham enlouquecido?  Mas o que dizer da ausência dos mendigos e dos pivetes, já tão integrados na paisagem da cidade?  Não encontrou nenhuma resposta para suas indagações.  Ao contrário.  As surpresas continuaram.
            Os ônibus passavam a toda hora e se não tinham lugar, também não estavam lotados como de costume.  Luciana, saindo do transe, decidiu-se por pegar um deles.  Logo ao entrar, estranhou a simpatia do cobrador, sorridente, dando bom-dia a todos. E o motorista?  Nossa, que cavalheiro!  Abria a porta da frente para todos os idosos e estudantes!  Sem reclamar!  Só arrancava depois da subida deles.  Tudo com muita tranqüilidade e, pode-se dizer, com profundo amor ao seu semelhante.  Amor até aos carros de passeio.  Tão odiados e ignorados antes.  Agora, com ultrapassagem garantida e segura por um dos maiores representantes do transporte coletivo.  E os motoristas ainda se cumprimentavam, como se fossem velhos amigos!  “Meu Deus!  Será que alienígenas me raptaram?  Criaram um mundo igualzinho ao meu só pra me enlouquecer!  Me confundir!” - questionava-se Luciana, sem entender o porquê de todos estarem tão fraternos, tão cheios de amor pelo próximo.

            No trabalho, as novidades continuaram.  Luciana trabalhava na seção de trocas de uma loja de eletrodomésticos.  Todos os dias as reclamações chegavam aos montes.  Os consumidores, insatisfeitos com os defeitos apresentados por seus aparelhos recém-comprados, ameaçavam denunciar ao Procon.  Mas hoje não.  Todos estavam compreensivos e educadíssimos.  Uma senhora dizia que a sua cafeteira, comprada há uma semana, não havia feito nenhum café.  Luciana, em princípio, disse que ela não devia estar sabendo manuseá-la.  A senhora, contudo, lhe explicou, educadamente, como funcionava a cafeteira.  Luciana culpou, então, as tomadas de eletricidade da casa da mulher.  Quando a senhora já estava, praticamente, convencida a trocar todas as tomadas de sua casa, o Senhor Alfredo, que observava, de longe, o desenrolar da situação aproximou-se e num gesto que surpreendeu Luciana, avisou a senhora que iria trocar a cafeteira.  A mulher agradeceu muito, principalmente, a Luciana pela atenção.  Seu Alfredo chamou, então, Luciana para conversar.  “Nem tudo está diferente hoje.  Lá vem bomba!’ - pensou.
            Logo que entrou, Luciana foi logo desculpando-se.
            - Seu Alfredo, me desculpe, mas eu estava cumprindo suas ordens, de só trocar em último caso...
            - Por que o nervosismo, Luciana?  Eu só queria saber como anda a faculdade?  Muitos trabalhos?  Tenho notado que você anda muito cansada...  Acho que está precisando de uma folga...
            - Folga?!  Mas mal podemos tirar férias!
            - Acho que você está estressada.  Essas normas são tão antigas...  Há tanto tempo que tudo mudou...  Você ainda era tão jovem...  Como pode se lembrar?...
            - Meu Deus!  O tempo passou e ninguém envelheceu!  Será que eles não perceberam?  Minha mãe, Carla, seu Alfredo...  Como podem ter se esquecido?  - pensou angustiada.
            Estava tão entretida com seus pensamentos, que nem se deu conta que estava voltando para casa, acompanhada de Tânia, uma colega do trabalho. 
            - O que eu estou fazendo aqui?
            - Seu Alfredo te mandou pra casa.  Achou que você não está muito bem.
            - E você?  Também não está? 
            - Ele mandou vir com você.  Ficou preocupado.
            - Mas logo você, que nem vai com a minha cara!
            - Eu?!  De onde tirou essa idéia?
Luciana altera-se.  Começa a gritar.  Tânia não sabe o que fazer.  As pessoas começam a olhar.  Isso enfurece ainda mais Luciana.
            - O que é?  Pensam que sou louca?  Vocês é que são?  Ou então querem me enlouquecer!  Alguém quer me internar!  E nem herança tenho!  Quem pode querer isso?!
            - Luciana, o que há com você? - pergunta Tânia, tentando segurar a colega, que se desvencilha gesticulando muito.
            - Me larga!  Essa louca quer me colocar numa camisa de força!  Me larga!  Me larga!

            De repente, Luciana pára de se debater.  Uma mão forte e masculina a segura com firmeza.  Ela está meio sonolenta.  Parece que desmaiou.  Não percebe de imediato o que acontece.  Ouve uma voz distante, de homem.  Não compreende suas palavras.  Ele a sacode.  Só aí Luciana recobra os sentidos.  Está dentro de um ônibus.  Um pivete, perto dos seus 16 anos, a ameaça apertando seu braço com uma das mãos e na outra mantém o canivete encostado no rosto dela.  Luciana desperta.
            - Como é que é?  Não adianta fingir que tá dormindo não!  Comigo não cola!  Vai passando o relógio e a grana!
            O ônibus dá uma freada.  O pivete quase perde o equilíbrio.  Fica irritado.  Aperta o cerco contra Luciana.
            - E aí?  Passa logo!  Se não te furo a cara!
            Luciana olha-o.  Dá um sorriso.  Tira o relógio, pega o dinheiro e entrega a ele contente.  Levanta-se.  Dá um beijo na sua face.  O pivete fica estarrecido.  Não se move.  Olha surpreso para ela, que observa as pessoas completamente feliz.
            - Obrigada!  Agora sei que não estou louca!  Estou em casa outra vez!  Tudo como antes!  Você é um anjo!  Obrigada por me trazer de volta a realidade!


Amigos leitores, em breve, publicarei contos e crônicas ainda inéditos. Aguardem!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

SOL, O GIRASSOL na casa de Rui Barbosa!!!

Sol, o girassol insatisfeito e sonhador continua o seu passeio. 

Desta vez ele resolveu visitar a famosa casa de Rui Barbosa, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Mas ele não se limitou a ficar no jardim acolhedor e agradável da antiga residência do famoso jurista, escritor e diplomata brasileiro. A Fundação Casa de Rui Barbosa conta com uma biblioteca destinada ao público infantil, a BIMM, Biblioteca Infantojuvenil Maria Mazzetti.

Sol, o girassol, fez duas apresentações na biblioteca, uma pela manhã e outra à tarde. As crianças ficaram encantadas com as aventuras e descobertas do Sol e do seu fiel amigo, Lupe.

Confiram alguns momentos desse encontro do Sol com os seus fãs mirins.


As crianças são apresentadas ao girassol ainda menino e feliz.


As crianças participam tentando adivinhar o que acontecerá.



Ao final, as crianças aproveitam para conversar com a autora.

A Fundação Casa de Rui Barbosa e a Biblioteca Infantojuvenil Maria Mazzetti possuem um espaço muito agradável e interessante para as crianças. No local são comuns as contações de história. E, desta vez, quem foi dar o ar da graça foi o girassol chamado Sol, que não queria olhar para o sol.

Atenciosos com os autores, a BIMM fez questão de enviar uma carta de agradecimento ao Sol e a sua autora. Confiram abaixo a carta na íntegra:



Sol e eu aproveitamos para agradecer a Fundação Casa de Rui Barbosa e a BIMM pela oportunidade de mostrar a sua trajetória.