Não há quem nunca tenha recebido em seu correio eletrônico uma mensagem pedindo ajuda para divulgar a foto de uma criança desaparecida ou muito doente. Essas mensagens se espalham pela rede em uma fração de segundo. Algumas prometem até dar dinheiro para a família da suposta vítima de uma doença terrível. Outras pedem, simplesmente, uma divulgação maciça para todos os contatos. O que você faz? Encaminha imediatamente a mensagem para ajudar a quem precisa? Ou você procura checar as informações antes de enviar? É, eu sei. Na maioria das vezes, você encaminha a mensagem acreditando estar fazendo a sua parte, não é mesmo? Mas será que essas mensagens são verdadeiras? Ou será que existe algo por trás de uma mensagem como essa, que se utiliza da boa vontade das pessoas? Para tentar entender melhor o assunto e separar o joio do trigo, o blog da Fátima Augusta resolveu conversar com um especialista no assunto e ele avisa que "grande parte dessas mensagens são falsas".
Motivações
O engenheiro e especialista em prevenção a fraudes, Cliff Jordan, explica que são várias as motivações por trás dessas mensagens e destaca as principais: dinheiro, ego, estatística, calúnia e difamação, trojan, falta de disciplina, enganar o público e atacar a rede. Para as pessoas bem intencionadas pode ser difícil de acreditar que existam pessoas capazes de obter ganho financeiro com a tristeza alheia. Mas isso existe muito mais do que se imagina. Cliff avisa que as mensagens motivadas pelo dinheiro costumam vir por correio eletrônico. "Esperamos que elas sejam direcionadas diretamente para a pasta dos spams, mas isso nem sempre acontece", diz. Já as motivadas pelo ego, segundo o especialista, tem a ver com sentimento de poder que os disseminadores vivenciam e são mais veiculadas através das redes sociais, porque atingem um grande número de pessoas rapidamente. A motivação estatística envolve as duas primeiras. "Algumas pessoas usam as redes sociais e esperam receber muitas marcações na opção curtir para alimentar o seu ego. Outras querem direcionar o tráfego para uma determinada página da internet e receber dinheiro por cada acesso. Isso é um tipo de marketing chamado affinity marketing", acrescenta.
A motivação calúnia e difamação também pode ser considerada cyberbullying, com o objetivo de destruir a reputação de uma pessoa ou organização. "Para mim, não há nada pior do que ver esse tipo de mensagem, especialmente quando envolve jovens praticando cyberbullying com outros jovens. Eu vigio muito as coisas que meus próprios filhos escrevem no Facebook, Myspace e Twitter, para ter certeza de que eles não praticam o cyberbullying", revela.
Uma das piores mensagens para se receber, segundo o especialista com 17 anos de experiência na área, são aquelas que contêm arquivos anexados com as extensões exe, com ou bat, que escondem um trojan, um tipo de programa malicioso chamado de Cavalo de Troia ou Trojan Horse, que invade os computadores e pode roubar informações pessoais como números de cartão de crédito ou contas e senhas de bancos. "O trojan também pode ser para conseguir dinheiro, já que exige que os usuários paguem para desativar o vírus que infectou o seu computador", adverte Cliff, acrescentando que a falta de disciplina dos usuários ajuda a espalhar as mentiras da internet. "Muitas vezes, as pessoas espalham mentiras simplesmente porque acham que são verdades, não verificam antes de encaminhar ou curtir essas mensagens. Se tivessem disciplina, elas procurariam se certificar da veracidade das informações antes de divulgar".
Formas de verificação
Para se certificar se uma mensagem é verdadeira ou não, Cliff sugere a pesquisa em sites especializados ou até mesmo diretamente no Google. Se a mensagem for sobre crianças desaparecidas, o especialista avisa que existem sites no Brasil, onde podemos ver os nomes e fotos das crianças nessa situação. "No site http://www.desaparecidosdobrasil.org/ você pode fazer a pesquisa por nome", orienta e acrescenta que "ser cético ou incrédulo como motivação para verificar é bom. Podemos ter fé em Deus, mas é melhor não ter tanta fé nos homens", sugere. Como opções de pesquisa no assunto, Cliff mencionou vários sites, como por exemplo: movv.org/category/hoaxes-e-mitos-urbanos (em português), urbanlegendsonline.com (em inglês), www.mitos-urbanos.com.ar (em espanhol) e, por fim, o snopes.com (em inglês), que em minha modesta opinião, é bem ágil e eficaz, pois informa logo no início se a mensagem pesquisada é falsa ou não. "Entre 1997 e 1999, as mensagens chamadas de eRumors (boatos ou fofoca) começaram a ficar populares e um dos primeiros websites que tentava lutar contra esse tipo de mensagem era o www.truthorfiction.com. Atualmente, o mais usado é o snopes.com", conta.
Crime ou brincadeira
Questionado se os criadores dessas mensagens podem ser considerados criminosos ou apenas pessoas que gostam de brincar com a bondade alheia, Cliff é enfático: "os dois! Os criminosos são aqueles que sabem que o que estão espalhando é mentira e podem prejudicar pessoas ou organizações. Se o motivo é outro, talvez não seja crime, mas também não é ético", reflete. Sobre uma possível penalidade para as pessoas que repassam essas mensagens, Cliff diz que "depende da lei de cada país". Ele insiste que as pessoas devem sempre verificar a veracidade das informações que repassam. "Se não pode verificar, melhor não repassar", acredita. Para Cliff Jordan é importante a conscientização por parte das pessoas sobre assunto tão delicado. Ele, pessoalmente, prefere veicular mensagens positivas, ou, se forem críticas, que elas apresentem uma possível solução. "Assim, a crítica tem mais valor. Devemos tratar os outros na internet da mesma forma que queremos ser tratados", conclui.
Motivações
O engenheiro e especialista em prevenção a fraudes, Cliff Jordan, explica que são várias as motivações por trás dessas mensagens e destaca as principais: dinheiro, ego, estatística, calúnia e difamação, trojan, falta de disciplina, enganar o público e atacar a rede. Para as pessoas bem intencionadas pode ser difícil de acreditar que existam pessoas capazes de obter ganho financeiro com a tristeza alheia. Mas isso existe muito mais do que se imagina. Cliff avisa que as mensagens motivadas pelo dinheiro costumam vir por correio eletrônico. "Esperamos que elas sejam direcionadas diretamente para a pasta dos spams, mas isso nem sempre acontece", diz. Já as motivadas pelo ego, segundo o especialista, tem a ver com sentimento de poder que os disseminadores vivenciam e são mais veiculadas através das redes sociais, porque atingem um grande número de pessoas rapidamente. A motivação estatística envolve as duas primeiras. "Algumas pessoas usam as redes sociais e esperam receber muitas marcações na opção curtir para alimentar o seu ego. Outras querem direcionar o tráfego para uma determinada página da internet e receber dinheiro por cada acesso. Isso é um tipo de marketing chamado affinity marketing", acrescenta.
A motivação calúnia e difamação também pode ser considerada cyberbullying, com o objetivo de destruir a reputação de uma pessoa ou organização. "Para mim, não há nada pior do que ver esse tipo de mensagem, especialmente quando envolve jovens praticando cyberbullying com outros jovens. Eu vigio muito as coisas que meus próprios filhos escrevem no Facebook, Myspace e Twitter, para ter certeza de que eles não praticam o cyberbullying", revela.
Uma das piores mensagens para se receber, segundo o especialista com 17 anos de experiência na área, são aquelas que contêm arquivos anexados com as extensões exe, com ou bat, que escondem um trojan, um tipo de programa malicioso chamado de Cavalo de Troia ou Trojan Horse, que invade os computadores e pode roubar informações pessoais como números de cartão de crédito ou contas e senhas de bancos. "O trojan também pode ser para conseguir dinheiro, já que exige que os usuários paguem para desativar o vírus que infectou o seu computador", adverte Cliff, acrescentando que a falta de disciplina dos usuários ajuda a espalhar as mentiras da internet. "Muitas vezes, as pessoas espalham mentiras simplesmente porque acham que são verdades, não verificam antes de encaminhar ou curtir essas mensagens. Se tivessem disciplina, elas procurariam se certificar da veracidade das informações antes de divulgar".
Cliff Jordan, 17 anos de experiência em prevenção a fraudes. |
Formas de verificação
Para se certificar se uma mensagem é verdadeira ou não, Cliff sugere a pesquisa em sites especializados ou até mesmo diretamente no Google. Se a mensagem for sobre crianças desaparecidas, o especialista avisa que existem sites no Brasil, onde podemos ver os nomes e fotos das crianças nessa situação. "No site http://www.desaparecidosdobrasil.org/ você pode fazer a pesquisa por nome", orienta e acrescenta que "ser cético ou incrédulo como motivação para verificar é bom. Podemos ter fé em Deus, mas é melhor não ter tanta fé nos homens", sugere. Como opções de pesquisa no assunto, Cliff mencionou vários sites, como por exemplo: movv.org/category/hoaxes-e-mitos-urbanos (em português), urbanlegendsonline.com (em inglês), www.mitos-urbanos.com.ar (em espanhol) e, por fim, o snopes.com (em inglês), que em minha modesta opinião, é bem ágil e eficaz, pois informa logo no início se a mensagem pesquisada é falsa ou não. "Entre 1997 e 1999, as mensagens chamadas de eRumors (boatos ou fofoca) começaram a ficar populares e um dos primeiros websites que tentava lutar contra esse tipo de mensagem era o www.truthorfiction.com. Atualmente, o mais usado é o snopes.com", conta.
Crime ou brincadeira
Questionado se os criadores dessas mensagens podem ser considerados criminosos ou apenas pessoas que gostam de brincar com a bondade alheia, Cliff é enfático: "os dois! Os criminosos são aqueles que sabem que o que estão espalhando é mentira e podem prejudicar pessoas ou organizações. Se o motivo é outro, talvez não seja crime, mas também não é ético", reflete. Sobre uma possível penalidade para as pessoas que repassam essas mensagens, Cliff diz que "depende da lei de cada país". Ele insiste que as pessoas devem sempre verificar a veracidade das informações que repassam. "Se não pode verificar, melhor não repassar", acredita. Para Cliff Jordan é importante a conscientização por parte das pessoas sobre assunto tão delicado. Ele, pessoalmente, prefere veicular mensagens positivas, ou, se forem críticas, que elas apresentem uma possível solução. "Assim, a crítica tem mais valor. Devemos tratar os outros na internet da mesma forma que queremos ser tratados", conclui.