sábado, 29 de dezembro de 2012

SOL, O GIRASSOL VISITA O CAP-UERJ!

Mais uma vez o girassol chamado Sol, que não queria olhar para o sol foi convidado para se apresentar no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, o CAP-UERJ.

Desta vez, a visita foi especialmente para contar a história desse girassol sonhador. As crianças foram muito receptivas, participativas e ficaram curiosas para conhecer as descobertas do Sol, o girassol insatisfeito.

Confira abaixo alguns desses momentos especiais.

Crianças atentas à contação da história.


Crianças curiosas e participativas.









































Recebendo o carinho dos fãs mirins.


Mais história. Agora em outra turma.



Recebendo o carinho das professoras da instituição.


Aliás, o trabalho de incentivo à leitura nos anos iniciais é um diferencial no Instituto. As professoras estão de parabéns! E as crianças também!

Sol, o girassol, ficou muito satisfeito de comparecer mais uma vez ao CAP-UERJ!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Blog da Fátima Augusta supera os quatro mil acessos!!!

Mais uma vez estou aqui para comunicar aos meus queridos amigos leitores, que o Blog da Fátima Augusta superou os quatro mil acessos!



Agradeço o interesse, a participação e a assiduidade das visitas. A conquista é nossa! 

E aguardem as próximas novidades!

Até breve!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

José Louzeiro lança novo livro!

Em um dos nossos últimos encontros, José Louzeiro e eu conversávamos sobre nossos projetos ainda não concretizados. Ele me contou que estava finalizando um livro sobre uma de suas professoras, que foi muito importante na sua formação de jornalista e escritor.

Durante a conversa, eu comentei sobre a importância das nossas primeiras professoras em nossa formação intelectual. Me lembrei das minhas queridas professoras, Lia e Fátima, do curso primário, como eram chamados os anos iniciais do ensino fundamental na época. Professoras nota mil! Impossíveis de esquecer. Misturavam carinho, conhecimento, conteúdo e disciplina, sem o rigor de outros tempos, que só conheço de ouvir falar.

Bem, mas não foi para falar das minhas lembranças que resolvi escrever esta postagem. E sim para informar a vocês, meus caros amigos leitores, que o escritor José Louzeiro concretizou mais um de seus projetos. Ele acabou de lançar, no último dia 18 de dezembro, o livro Lições de Amor, que conta a história da professora Maria Freitas e sua importância na formação do então menino José Louzeiro. "Se não fosse por ela, eu poderia ter tido o mesmo destino de tantos outros meninos pobres do Maranhão", confidenciou o escritor na ocasião.

Em setembro deste ano, Louzeiro completou 80 anos e, apesar de todos os seus problemas de saúde, continua ativo e produtivo. Fez questão de viajar para lançar o livro Lições de Amor em terras maranhenses, local onde recebeu as instruções e orientações da saudosa professora. 

O livro, certamente, vai fazer com que muitos lembrem-se de suas professoras dos tempos de criança e de como elas são importantes na nossa formação. 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Bebidas geladas no Brasil de 1904.

Caros leitores, estava assistindo mais uma vez a novela das 18 horas da TV Globo, LADO A LADO, e me deparei novamente com aquela vontade de pesquisar. Desta vez, foi o suco gelado de 1904 que me chamou a atenção. Em uma das cenas, uma das personagens estava bebendo um suco com pedras de gelo. Essa personagem não faz parte da elite da época e demonstrava satisfação pela oportunidade de desfrutar desse privilégio. 

De repente, fiquei pensando como era produzido e armazenado o gelo no Rio de Janeiro, em 1904, período em que transcorria a ação da trama naquele momento? 

Decidi, então, pesquisar o assunto e dividir o resultado do que encontrei com vocês. Para os que já sabem, ótimo! Podem dar suas contribuições também. Quanto mais informação, melhor para todos nós. Para os que não sabem, vejam abaixo como o gelo chegava e era armazenado aqui, nas terras quentes dos trópicos.

De fato, como foi apresentado na novela, pessoas pertencentes as classes sociais mais pobres, praticamente não tinham acesso ao conforto de desfrutar de uma bebida geladinha no início do século XX aqui no Brasil. Nessa época, o gelo produzido artificialmente era utilizado basicamente para resfriar bebidas, mas ainda não na conservação dos alimentos. A partir de 1880, máquinas a vapor começaram a ser utilizadas na produção artificial do gelo nas primeiras fábricas do país. Posteriormente, com a popularização da eletricidade, o processo de fabricação do gelo foi alterado e o custo da produção ficou bem mais baixo.

O Rei do Gelo

Mas antes da produção de gelo artificial, o comércio do gelo natural importado dos Estados Unidos, mais precisamente de Boston, era a única forma de resfriar as bebidas por aqui, principalmente porque os europeus, pouco acostumados com o clima quente, queriam refrescar-se bebendo bebidas geladas. E a única forma de conseguir isso era trazer o gelo dos países mais frios, onde o mesmo era abundante. Há registros de que o primeiro carregamento de gelo natural chegou ao Brasil em 1834, trazido pelo barco Madagascar, de Frederic Tudor, conhecido como o rei do gelo, que se tornou milionário com esse comércio, iniciado em 1806.

Mas como fazer chegar o gelo natural aos trópicos? Segundo o que encontrei, o método de conservação do gelo incluía o isolamento do mesmo com palha, serragem e folhas. Na época eram comuns as chamadas fábricas de gelo, responsáveis pelo armazenamento. Durante o transporte, realizado por navios, os blocos de gelo eram empilhados dentro de aparas de madeira e serragem para sua conservação. Os barcos de gelo, como eram chamados na época, tinham prioridade na navegação, ao menos em águas europeias.

Gelo artificial
Como disse acima, o gelo artificial passou a ser utilizado após 1880 e era produzido em máquinas movidas por motores a vapor, cujo processo, assistido por bombas de ar, incluía a produção de frio intenso através da evaporação rápida.

A compra de máquinas mais modernas e também a chegada da eletricidade incrementou e agilizou a produção artificial de gelo. O fato fez com que o comércio do gelo natural fosse substituído definitivamente pelo gelo artificial, que ganhou novas funcionalidades na vida cotidiana das pessoas, como por exemplo, na conservação dos alimentos.

Para nós, que desfrutamos das maravilhas tecnológicas do século XXI, chega a ser difícil imaginar não poder desfrutar de uma bebida geladinha, não é mesmo? O bom de se olhar o nosso passado, é podermos ver o quanto já avançamos e valorizarmos o que temos hoje em termos de conforto e bem estar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Divórcio no Brasil em 1904???

A novela das 18 horas da TV Globo, Lado a lado, aborda um período da nossa história imediatamente posterior a abolição da escravidão no país, o que não é muito comum de ser visto em novelas de época. Por conta disso, por várias vezes, quando estamos assistindo ao folhetim, dá uma vontade incontrolável de pesquisar e saber mais sobre a nossa própria história. E foi em um desses momentos, que tive essa vontade. Um dos casais protagonistas da trama, Laura e Edgar (vividos por Marjorie Estiano e Thiago Fragoso, respectivamente) resolvem se separar. Mas como era esse divórcio em 1904?

A lei do divórcio, como conhecemos hoje, foi apresentada pelo deputado Nelson Carneiro e aprovada, após anos de discussão, no Congresso Nacional, somente em 1977. Bem, mas como o casal da trama pôde se separar em 1904? E como ficava a situação dos cônjuges divorciados?
Vejam o que encontrei mais abaixo.

Casamento no período imperial

Não havia casamento civil no Brasil colonial. As uniões eram reguladas pelo Código de Direito Canônico, isto é, pela Igreja Católica, que até permitia a separação dos casais, mas não admitia uma nova união.
Com a proclamação da república, em 1890, o casamento civil se tornou obrigatório, mas a questão da separação dos casais não mudou. Mesmo com o Decreto 181, que permitia o divórcio, a indissolubilidade do casamento era mantida. Como assim??? O divórcio só existia no papel, pois não permitia aos divorciados reconstruírem suas vidas com outras pessoas. É o que a novela vai mostrar com a situação de Laura e Edgar, que era difícil para ambos, mas muito mais restritiva para as mulheres.
No final do século XIX, os deputados Lopes Trovão, Casemiro Jr, Leopoldo Bulhões e Guimarães Natal tentaram mudar esta situação e apresentaram uma emenda ao Decreto 181, que permitia aos divorciados contraírem um segundo matrimônio. Esta emenda não foi aprovada.

Divórcio ou Desquite

Com a aprovação do Código Civil Brasileiro, em 1916, o termo divórcio foi substituído por desquite, mas a mudança foi só no nome, pois instituía a separação dos corpos e bens de um casal, o que já estava previsto nas leis anteriores. Mas casar de novo legalmente, nem pensar!

O movimento para instituir mudanças na lei do divórcio contou com a participação de várias mulheres ao longo dos anos e algumas se destacaram, como foi o caso das escritoras Andradina Oliveira e Francisca Clotilde. Esta última lançou o romance A Divorciada, em 1902, porém sua "ousadia" não foi vista com bons olhos e a fez perder o cargo de professora na escola onde lecionava. A personagem Laura também vai sofrer com as restrições impostas a uma mulher divorciada na época e também se verá impossibilitada de dar aulas, ofício que a personagem tanto ama. Através das rejeições sofridas por Laura, o público terá a chance de conhecer mais um pouco sobre a luta das mulheres para se afirmarem como cidadãs ativas e produtivas na recém nascida república do Brasil.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Conto inédito: CEGUEIRA LUMINOSA!!!

Conforme prometi anteriormente, abaixo segue o texto de outro conto de minha autoria, ainda inédito. Decidi tirá-lo da gaveta  e publicá-lo aqui no Blog, em primeira mão, para vocês, caríssimos leitores.

Ao contrário do outro, a personagem central não é mais uma menina e sim uma mulher que descobre, de repente, que a sua vida era tão...

Bem, não vou contar. Leiam e descubram por si mesmos como se deu a CEGUEIRA LUMINOSA de Anna em um dado momento de sua vida.


Cegueira luminosa

Anna caminhava lentamente pelo corredor do trigésimo terceiro andar do Edifício Avenida Central. Braços largados, olhar perdido, pensamento distante, sem controle...
Apertou o botão do elevador mecanicamente. Parecia que carregava o mundo nas costas. Queria correr. Não podia. Não conseguia. Ganhou a rua. O Largo da Carioca fervilhava, pessoas apressadas indo e vindo. Só Anna parecia não ter pressa. Mas tinha. Suas pernas é que não obedeciam. Precisava chegar ao Edifício De Paoli. Acabar logo com essa agonia. Fazer o que tinha que ser feito. Não podia mais retardar. Precisava tomar uma atitude. Enquanto lutava contra a lentidão de suas pernas, olhava o muro branco do Convento de Santo Antonio. De repente parou. Levantou vagarosamente os olhos, que passearam pelas paredes brancas até visualizar a igreja lá no alto.
            Foi nesse momento que uma luz forte, intensa e extremamente branca a cegou. Cambaleou. Foi como se todo o mundo ficasse branco de repente.
E esse momento de cegueira luminosa trouxe à tona lembranças que preferia esquecer.
            Rememorou fracassos, insucessos, incertezas, angústias... Não conseguia lembrar de nada que a havia deixado feliz um dia. Era como se essa luz branca, estonteante, lhe mostrasse o quão sem cor, sem vivacidade havia sido a sua vida.
            Ao longo dos muitos anos em que esteve casada esqueceu-se de si mesma, dos seus sonhos, dos amigos. Dedicou-se aos sonhos do marido, vivia para fazê-lo feliz. Trabalhava como secretária. Era competente, dedicada, mas não gostava do que fazia. Apenas trabalhava. Para ajudar o marido com as despesas, para que ele pudesse estudar e se especializar mais. Para que ele pudesse continuar sonhando.
Os anos se passaram e, sem que Anna percebesse, a solidão se tornou sua melhor amiga. Já quase não via o marido. Ele tinha tantos afazeres, tantos projetos... Os amigos já não a procuravam mais.
O outono chegou e como as folhas que caem, caiu também por terra o casamento de Anna. Sem maiores explicações, ele partiu para viver sua nova paixão.
Foi como se tivessem cortado a língua de Anna. Emudeceu de tristeza.
Um mês se passou.
O chefe não aguentou mais os devaneios, os esquecimentos e a falta de interesse de Anna por tudo que estava a sua volta. E naquela fria manhã de outono, Anna foi demitida. Não esboçou reação. Estava em estado de choque. Seus pensamentos surgiam velozes e furiosos. Mas o corpo de Anna não conseguia acompanhar a intensidade e rapidez de sua mente. E enquanto guardava suas coisas lembrou-se do irmão de uma amiga que desistiu de viver e se jogou de uma das janelas do Edifício De Paoli. Decidiu-se. Não havia razão para seguir em frente. Não via nada a sua frente, só a solidão. E se dirigiu para o prédio vizinho.
Surpreendida pela luz alva e radiosa, que invadiu o céu daquela manhã de outono, Anna viu os seus planos sombrios serem interrompidos.
De repente a luz diminuiu sua intensidade e Anna, caída sobre a calçada de pedras portuguesas do Largo da Carioca, pode vislumbrar um pedaço do céu de um azul profundo do outono carioca. A nuvem branca e extremamente densa que tentou apagar a cor do céu da cidade maravilhosa começou a se dissipar. E com ela os sombrios pensamentos de Anna.
Anna ainda pôde ver o trevo de quatro folhas formado pelo poste de luz alto, majestoso, que parecia tocar o céu. Era um sinal. Anna levantou-se, sacudiu a roupa e andou. Andou a passos lentos, porém firmes. Passou reto pelo De Paoli. E seguiu em frente.

(Registrado no EDA - Escritório de Direitos Autorais  - sob o número 520.574, livro 988, folha 16)

domingo, 4 de novembro de 2012

ZIRALDO: 80 anos!

No dia 24 de outubro, o escritor, caricaturista e jornalista Ziraldo completou 80 anos!

Ziraldo, 80 anos de dedicação a literatura.

O Blog da Fátima Augusta não poderia deixar de comentar uma data tão importante. Afinal, Ziraldo é responsável pela divulgação da arte e da literatura brasileiras no mundo. Seus livros já foram traduzidos para diversos idiomas, como o espanhol, italiano, inglês, alemão, francês e basco. Alguns de seus desenhos fazem parte do acervo do Museu da Caricatura de Basileia, na Suíça. Ziraldo ganhou também, em 1969, o Prêmio Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e no mesmo ano, foi o primeiro artista latino convidado a desenhar o cartaz anual da UNICEF. Ao longo dos anos, Ziraldo mostrou um talento multifacetado. É também pintor, cartazista, teatrólogo e  chargista.

Leitura e desenho: suas paixões desde a infância

Em 1932, na cidade de Caratinga, Minas Gerais, nascia Ziraldo Alves Pinto, o mais velho dos sete irmãos. Suas maiores paixões são a leitura e o desenho. Como ele mesmo diz, desenha "desde que se entende por gente". Em 1939, com apenas seis anos, teve um de seus desenhos publicados no jornal A Folha de Minas. Anos mais tarde, em 1954, Ziraldo foi trabalhar nesse mesmo jornal como um dos colaboradores da página de humor, embora sua carreira tenha começado com colaborações mensais na revista Era Uma Vez.

Na década de 60, Ziraldo lançou a primeira revista em quadrinhos colorida, brasileira e feita por um só autor.  A Turma do Pererê marcou época na trajetória das histórias em quadrinhos no Brasil por ser a primeira totalmente produzida no país. Em 1964, com a tomada do poder pelos militares, a revista encerrou suas atividades, embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época.

Apesar da repressão imposta pelo regime militar, Ziraldo participou ativamente da resistência nesse período e, ao lado de outros humoristas, fundou O Pasquim, um dos mais importantes jornais não conformistas da história da imprensa brasileira. O trabalho no Pasquim acabou por levá-lo a prisão após a promulgação do Ato Institucional número cinco, o famoso AI-5, que entre outras "orientações", foi responsável por impedir a liberdade de imprensa. Em 1982, o escritor e caricaturista desliga-se da direção do Pasquim.

Ratinho Sig, criado por Jaguar, na capa de O Pasquim.

Flicts e o Menino Maluquinho

Foi também na década de 60, mais precisamente em 1969, que Ziraldo publicou seu primeiro livro infantil, Flicts, que relata a história de uma cor que não encontra seu lugar no mundo. O livro teve uma repercussão muito boa e foi dado de presente pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil a Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua, quando este esteve em visita ao país. Neil Armstrong ficou tão comovido ao ler o livro que disse na época: "A Lua é Flicts". Em 2004, Flicts recebe o Prêmio Internacional Hans Christian Andersen.

A partir de 1979, Ziraldo resolve dedicar mais tempo à literatura infantil e nesse mesmo ano publica O Planeta Lilás, um poema de amor ao livro. No ano seguinte, em 1980, lança um dos seus personagens mais famosos, O Menino Maluquinho, vencedor do Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em São Paulo, que se tornou uma das obras mais vendidas no Brasil e fez do seu personagem título um verdadeiro símbolo do menino nacional.

O Menino Maluquinho.

Tecnologia X Processo Criativo

Com três filhos e sete netos, Ziraldo tem uma preocupação constante com a leitura e considera o ato de ler "mais importante que estudar". O autor reconhece, porém, que o Brasil ainda é um país sem intimidade com os livros. "O Brasil não foi um país criado com livros, de forma que as pessoas não têm o hábito da leitura e ficam com dificuldade de passar isso para os filhos."

Apesar dos avanços tecnológicos, Ziraldo não acredita que as crianças tenham mudado muito ao longo dos anos, já que ficam tristes e alegres pelas mesmas razões, "apenas as circunstâncias mudaram". O livro impresso ocupa um lugar especial no coração do escritor, porque pode ser manuseado pela criança na hora que ela quiser, o que facilita o despertar do interesse e do amor pelo livro.
O autor vai ainda mais além, quando diz que a criança não deveria ter acesso ao computador e a internet sem passar antes pelo livro. "É ele que te abre a cabeça, que te informa, que te estimula a curiosidade e ajuda a refletir."
De qualquer forma, Ziraldo não considera o computador o grande vilão e sim uma dádiva alcançada pelo ser humano, já que a informação ficou mais acessível, embora chegue de forma desorganizada e, justamente por isso, acredita que é necessário ter alguns critérios para utilizá-lo.

Ziraldo lançou três novos livros este ano e acrescenta que não mexe com as novas tecnologias durante o processo de criação. Essa parte ele deixa com a editora. O autor até cita algumas coisas relacionadas a esse mundo moderno, mas para ilustrar como as pessoas são impactadas por isso no campo dos sentimentos. O sucesso dos seus livros parece indicar que ele está com a razão e ele não pretende parar. "Eu sou contador de histórias. Desde que o mundo é mundo que o homem conta histórias", finaliza.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

BLOG DA FÁTIMA AUGUSTA COMPLETA UM ANO!!!

Pois é, amigos leitores, o Blog da Fátima Augusta completa hoje um ano de existência! 



Com um começo tímido, o Blog vem sendo construído aos poucos. Uma ideia aqui, outra ali e as postagens vão se multiplicando. Os acessos e visitas aumentando, o interesse sendo despertado mais e mais a cada dia. 

Inicialmente criado para falar do processo de criação do meu primeiro livro infantil - SOL, O GIRASSOL INSATISFEITO, o blog avançou e outros marcadores foram criados com o objetivo de divulgar notícias, curiosidades, fazer comentários, apresentar textos meus já publicados ou inéditos. Enfim, conversar com os leitores sobre diversos assuntos. 

Desde a sua criação até hoje, as cinco postagens mais visitadas foram:

Primeiro lugar: TRABALHANDO EM EQUIPE!

E vocês? Já escolheram qual a sua postagem favorita do Blog da Fátima Augusta? Opinem, escolham e, se quiserem, podem sugerir algum assunto que gostariam de ver abordado neste blog. 

Espero por vocês!

E...  Mais uma vez MUITO OBRIGADA, caríssimos leitores!!!

sábado, 20 de outubro de 2012

Blog da Fátima Augusta supera os três mil acessos!!!

Mais uma vez, com o coração cheio de alegria e satisfação, venho comunicar a vocês, queridos amigos leitores, que o Blog da Fátima Augusta superou os três mil acessos!




Agradeço o interesse e a participação de todos em mais essa conquista!

Aproveito para avisar que outras novidades estão a caminho. Novos marcadores, novas histórias, novos comentários...  Me aguardem!  Até breve!


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Clube de Leitura Paula Saldanha comemora seus 30 anos! E SOL estava lá!

O Clube de Leitura Paula Saldanha, do Instituto Fernando Rodrigues da Silveira - o CAP-UERJ, completou  30 anos em maio deste ano!

O evento mobiliza todos os estudantes da instituição e conta com a participação das famílias, que assistem as apresentações dos estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de acompanhar as oficinas de produção de textos com os estudantes do sexto ano do Ensino Fundamental ao terceiro ano do Ensino Médio.

Para comemorar uma data tão importante nada melhor do que convidar e homenagear a autora que empresta o seu nome ao Clube de Leitura do CAP-UERJ, a jornalista e escritora Paula Saldanha.  

Paula Saldanha foi a primeira autora convidada a participar da mesa junto com a direção do Instituto.

Além da homenageada Paula Saldanha, outras autoras foram convidadas para o evento: Sonia Rosa, Eliane Pimenta e eu, Fátima Augusta, autora do livro SOL, O GIRASSOL INSATISFEITO. Após a cerimônia de abertura, as escritoras foram convidadas a participar da mesa.


As autoras observam a movimentação para dar início as apresentações dos estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental.











Toda a comunidade Capiana, como eles mesmos se intitulam, atenta a apresentação das crianças.









Após a apresentação das crianças, foi a vez da escritora Paula Saldanha tomar a palavra. Em um bate-papo informal e emocionado, a autora ressaltou a importância de um evento como esse para incentivar a leitura, a criatividade e a produção de textos nas crianças e jovens. 

Paula Saldanha e eu.

A segunda a se apresentar foi Sonia Rosa, autora de cerca de 22 livros destinados ao público infantil. Ela brindou a comunidade com a belíssima e sensível história do Menino Nito. Contadora de histórias experiente, a sua narrativa vibrante chamou a atenção da criançada e, por que não dizer também, dos adultos presentes.



Toda a comunidade atenta à história do Menino Nito.









Sonia Rosa e eu. 















A terceira a se apresentar foi a autora Eliane Pimenta. Com dois livros lançados e destinados ao público infantil, Eliane também realizou uma contação de história de um dos seus livros, O bicho-medo e seu segredo.

Eliane Pimenta e eu.
E, por fim, chegou a minha vez. Depois das duas contações de história, eu resolvi finalizar o evento contando como nasceu a ideia do girassol chamado Sol, que não queria olhar para o sol até ele se tornar um livro. Entre outros assuntos, falei sobre a participação mais do que ativa do meu filho no projeto, que contribuiu muito com suas ideias e comentários (veja postagens anteriores do marcador Girassol chamado Sol). Enfim, um momento de grande importância e satisfação para o nosso querido girassol chamado Sol, que tem feito cada vez mais amigos. 

Fátima Augusta, autora do SOL, O GIRASSOL INSATISFEITO.
Após o encerramento da cerimônia, as autoras deram autógrafos e receberam o carinho dos fãs. Confiram agora alguns desses momentos tão especiais:






Recebendo o carinho das professoras Olga (ao lado) e Maria Cristina (abaixo), do primeiro ano do Ensino Fundamental.






































Fãs mirins felizes e satisfeitos com o livro e o autógrafo recebido.
























Da esquerda para direita: Sonia Rosa, Eliane Pimenta e eu, felizes com o sucesso do evento.
Aproveito para agradecer a toda comunidade Capiana pela oportunidade de participar de um evento que ressalta a importância da leitura na vida das nossas crianças. PARABÉNS COMUNIDADE CAPIANA!!! 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Promoção no Blog da Fátima Augusta!!!

Para homenagear a criançada e incentivar a leitura, o Blog da Fátima Augusta, resolveu fazer uma promoção:

20% 
de desconto

na compra de 02 exemplares do livro SOL, O GIRASSOL INSATISFEITO!!!


Clique na imagem para fazer a sua solicitação.


A promoção é válida no período de 01 a 15 de outubro de 2012 para os leitores que fizerem sua solicitação aqui no Blog. É só clicar na capa do livro (imagem acima ou ao lado) e preencher o formulário. 

O preço unitário é de R$25,00. Os leitores que comprarem os 02 exemplares no período da promoção, pagam só R$ 40,00. Não percam! É por tempo limitado!

Se você tem filho, sobrinho, afilhado ou alguma criança que goste, participe da promoção! Dê de presente o livro SOL, O GIRASSOL INSATISFEITO. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Livro, o melhor presente!

O Dia das Crianças vem aí! É uma boa oportunidade para presentearmos nossas crianças com um bom livro, como forma de incentivá-los a adquirir o hábito da leitura, não acham?

Ler traz conhecimento, cultura e informação. Através da leitura fazemos viagens incríveis, conhecemos lugares exóticos e históricos, embarcamos em aventuras inimagináveis e ainda temos a oportunidade da reflexão sobre diversos assuntos.

Ler é realmente fantástico!

Com o dia 12 de outubro se aproximando, considerem a ideia de presentear seus filhos, sobrinhos, netos, afilhados ou afins com um livro. Alimentando o hábito da leitura, será fácil perceber o avanço e a desenvoltura com que as suas crianças abordarão os mais diversos assuntos em um futuro próximo.

Que tal? Vamos tentar?

Ah, e aguardem! Vai ter promoção no Blog da Fátima Augusta! Até breve!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Conto premiado: "UM DIA DIFERENTE".


Conheçam abaixo o conto premiado na Bienal de 2009, no Rio de Janeiro, que faz parte da coletânea de contos do livro CONTOS DE TODOS NÓS, da Editora Hama.

Um dia diferente

            Relógio desperta com o som agudo de costume.  Luciana acorda sobressaltada.  Levanta a cabeça.  Procura a origem daquele barulho ensurdecedor com os olhos apertadinhos de sono.  Sua mão começa a tatear os objetos da mesinha de cabeceira.  Enfim, o prazer.  Seus dedos sentem o botão salvador.  Apertam-no.  Alívio.  Fim da procura angustiante e início da tranqüilidade.  Luciana volta-se para o lado, enfia-se mais embaixo das cobertas, encolhidinha, com aquele ar de satisfação e preguiça.  Permanece assim por mais cinco minutos.  Novo despertar do relógio.  Desta vez não tem desculpa.  Olha a hora, pula da cama e corre até o banheiro.  A ducha fria a desperta por completo.  Volta ao quarto enrolada na toalha.  Procura um traje no guarda-roupa, que para sua surpresa está por demais organizado.  Fica pensativa. Começa a achar que algo estranho deve estar acontecendo.  A casa silenciosa.  O armário arrumado.  A mãe ainda não apareceu para apressá-la.  Decididamente, há algo errado.  Mas o que poderia ser?  Resolve investigar.
            Na cozinha, sua mãe, cantarolando uma canção antiga, prepara o café.  Está com ar de felicidade.  Luciana entra esbaforida, mas pára de repente, diante do inusitado da cena. 
            - Mãe, aconteceu alguma coisa? - pergunta.
A mãe, voltando para ela, lhe dá um carinhoso beijo na face, um bom-dia gentil e a manda sentar-se.  Luciana fica boquiaberta.
            - Mãe, o que está havendo?  Não vai trabalhar hoje? 
            - Claro que vou.  Só quero tomar meu café tranqüila, como sempre.
            - Sempre?! - surpreende-se Luciana. - A senhora nunca toma café, sai sempre correndo, nunca tem tempo...  -  Interrompe-se. - Quem arrumou meu armário?
            - Sua irmã.  Ela achou que você anda muito cansada...
            - Carla arrumou meu armário?!  Essa é boa!  Ela nem consegue arrumar o que é dela!
A mãe ignora o que Luciana diz e, sorrindo amigavelmente, lhe entrega um pratinho com um misto-quente.  Luciana olha o prato sem entender nada.
            - Que cara é essa, menina?  Não gosta mais de misto-quente?
            - Eu?!  Claro que gosto...  Mas é que...  A senhora nunca tem tempo de fazer...  E eu nunca tenho tempo de comer...  Estou sempre em cima da hora...
            - Luciana, que está havendo com você? Está doente?  Não pode ir trabalhar?  Vou ligar agora pro seu Alfredo e avisar que você não vai trabalhar hoje...
            - Imagina, mãe!  Seu Alfredo me põe no olho da rua!  Aquele intratável!
            - Não fala assim!  Uma pessoa tão boa!
            Luciana, preocupada com a esquisitice da situação, decide ir logo pro trabalho.  Nem come o sanduíche.  A mãe ainda tenta chamá-la.  Em vão.  Ela já ganhou a rua.

            As surpresas foram muitas para Luciana nesse começo de dia.  Primeiro o armário todo arrumado.  E pela irmã!  Depois o silêncio da casa...  Onde estaria o pai, sempre apressado e preocupado e a irmã, implicante e intrometida?  E a mãe, estranhamente tranqüila e bem-humorada?  O que teria acontecido?  Nunca a vira assim tão carinhosa e contente.  Nem no dia de pagamento!  Principalmente!  Porque logo lembrava de todas as contas e do pouco dinheiro que ganhava.  Era um baixo astral só.  O que a teria feito mudar de atitude?  “Será que ganhou na loteria?” - pensou Luciana.  Estava absorta em seus pensamentos, quando de repente percebeu que tudo estava diferente nas ruas também. 
            Não havia ninguém dormindo nas calçadas.  No sinal de trânsito, próximo ao ponto de ônibus, nenhuma criança oferecendo-se para lavar os pára-brisas ou vendendo balas.  Passou a reparar, então, nas pessoas ao seu redor.  Todos tinham expressão de felicidade, de paz.  De paz!  Essa era a palavra!  Paz!  Percebeu que a bolsa de uma mulher estava aberta.  Ela nem havia se dado conta.  Decidiu avisar.  A mulher olha Luciana completamente surpresa, como se tivesse ouvido uma asneira das grandes.  “Como alguém poderia se preocupar com uma bolsa aberta numa cidade tão tranqüila como o Rio de Janeiro?  Inadmissível!”  Luciana, constrangida, pede desculpas e se afasta, cada vez mais intrigada.  Será que ela estava sonhando?  Ou as pessoas tinham enlouquecido?  Mas o que dizer da ausência dos mendigos e dos pivetes, já tão integrados na paisagem da cidade?  Não encontrou nenhuma resposta para suas indagações.  Ao contrário.  As surpresas continuaram.
            Os ônibus passavam a toda hora e se não tinham lugar, também não estavam lotados como de costume.  Luciana, saindo do transe, decidiu-se por pegar um deles.  Logo ao entrar, estranhou a simpatia do cobrador, sorridente, dando bom-dia a todos. E o motorista?  Nossa, que cavalheiro!  Abria a porta da frente para todos os idosos e estudantes!  Sem reclamar!  Só arrancava depois da subida deles.  Tudo com muita tranqüilidade e, pode-se dizer, com profundo amor ao seu semelhante.  Amor até aos carros de passeio.  Tão odiados e ignorados antes.  Agora, com ultrapassagem garantida e segura por um dos maiores representantes do transporte coletivo.  E os motoristas ainda se cumprimentavam, como se fossem velhos amigos!  “Meu Deus!  Será que alienígenas me raptaram?  Criaram um mundo igualzinho ao meu só pra me enlouquecer!  Me confundir!” - questionava-se Luciana, sem entender o porquê de todos estarem tão fraternos, tão cheios de amor pelo próximo.

            No trabalho, as novidades continuaram.  Luciana trabalhava na seção de trocas de uma loja de eletrodomésticos.  Todos os dias as reclamações chegavam aos montes.  Os consumidores, insatisfeitos com os defeitos apresentados por seus aparelhos recém-comprados, ameaçavam denunciar ao Procon.  Mas hoje não.  Todos estavam compreensivos e educadíssimos.  Uma senhora dizia que a sua cafeteira, comprada há uma semana, não havia feito nenhum café.  Luciana, em princípio, disse que ela não devia estar sabendo manuseá-la.  A senhora, contudo, lhe explicou, educadamente, como funcionava a cafeteira.  Luciana culpou, então, as tomadas de eletricidade da casa da mulher.  Quando a senhora já estava, praticamente, convencida a trocar todas as tomadas de sua casa, o Senhor Alfredo, que observava, de longe, o desenrolar da situação aproximou-se e num gesto que surpreendeu Luciana, avisou a senhora que iria trocar a cafeteira.  A mulher agradeceu muito, principalmente, a Luciana pela atenção.  Seu Alfredo chamou, então, Luciana para conversar.  “Nem tudo está diferente hoje.  Lá vem bomba!’ - pensou.
            Logo que entrou, Luciana foi logo desculpando-se.
            - Seu Alfredo, me desculpe, mas eu estava cumprindo suas ordens, de só trocar em último caso...
            - Por que o nervosismo, Luciana?  Eu só queria saber como anda a faculdade?  Muitos trabalhos?  Tenho notado que você anda muito cansada...  Acho que está precisando de uma folga...
            - Folga?!  Mas mal podemos tirar férias!
            - Acho que você está estressada.  Essas normas são tão antigas...  Há tanto tempo que tudo mudou...  Você ainda era tão jovem...  Como pode se lembrar?...
            - Meu Deus!  O tempo passou e ninguém envelheceu!  Será que eles não perceberam?  Minha mãe, Carla, seu Alfredo...  Como podem ter se esquecido?  - pensou angustiada.
            Estava tão entretida com seus pensamentos, que nem se deu conta que estava voltando para casa, acompanhada de Tânia, uma colega do trabalho. 
            - O que eu estou fazendo aqui?
            - Seu Alfredo te mandou pra casa.  Achou que você não está muito bem.
            - E você?  Também não está? 
            - Ele mandou vir com você.  Ficou preocupado.
            - Mas logo você, que nem vai com a minha cara!
            - Eu?!  De onde tirou essa idéia?
Luciana altera-se.  Começa a gritar.  Tânia não sabe o que fazer.  As pessoas começam a olhar.  Isso enfurece ainda mais Luciana.
            - O que é?  Pensam que sou louca?  Vocês é que são?  Ou então querem me enlouquecer!  Alguém quer me internar!  E nem herança tenho!  Quem pode querer isso?!
            - Luciana, o que há com você? - pergunta Tânia, tentando segurar a colega, que se desvencilha gesticulando muito.
            - Me larga!  Essa louca quer me colocar numa camisa de força!  Me larga!  Me larga!

            De repente, Luciana pára de se debater.  Uma mão forte e masculina a segura com firmeza.  Ela está meio sonolenta.  Parece que desmaiou.  Não percebe de imediato o que acontece.  Ouve uma voz distante, de homem.  Não compreende suas palavras.  Ele a sacode.  Só aí Luciana recobra os sentidos.  Está dentro de um ônibus.  Um pivete, perto dos seus 16 anos, a ameaça apertando seu braço com uma das mãos e na outra mantém o canivete encostado no rosto dela.  Luciana desperta.
            - Como é que é?  Não adianta fingir que tá dormindo não!  Comigo não cola!  Vai passando o relógio e a grana!
            O ônibus dá uma freada.  O pivete quase perde o equilíbrio.  Fica irritado.  Aperta o cerco contra Luciana.
            - E aí?  Passa logo!  Se não te furo a cara!
            Luciana olha-o.  Dá um sorriso.  Tira o relógio, pega o dinheiro e entrega a ele contente.  Levanta-se.  Dá um beijo na sua face.  O pivete fica estarrecido.  Não se move.  Olha surpreso para ela, que observa as pessoas completamente feliz.
            - Obrigada!  Agora sei que não estou louca!  Estou em casa outra vez!  Tudo como antes!  Você é um anjo!  Obrigada por me trazer de volta a realidade!


Amigos leitores, em breve, publicarei contos e crônicas ainda inéditos. Aguardem!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

SOL, O GIRASSOL na casa de Rui Barbosa!!!

Sol, o girassol insatisfeito e sonhador continua o seu passeio. 

Desta vez ele resolveu visitar a famosa casa de Rui Barbosa, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Mas ele não se limitou a ficar no jardim acolhedor e agradável da antiga residência do famoso jurista, escritor e diplomata brasileiro. A Fundação Casa de Rui Barbosa conta com uma biblioteca destinada ao público infantil, a BIMM, Biblioteca Infantojuvenil Maria Mazzetti.

Sol, o girassol, fez duas apresentações na biblioteca, uma pela manhã e outra à tarde. As crianças ficaram encantadas com as aventuras e descobertas do Sol e do seu fiel amigo, Lupe.

Confiram alguns momentos desse encontro do Sol com os seus fãs mirins.


As crianças são apresentadas ao girassol ainda menino e feliz.


As crianças participam tentando adivinhar o que acontecerá.



Ao final, as crianças aproveitam para conversar com a autora.

A Fundação Casa de Rui Barbosa e a Biblioteca Infantojuvenil Maria Mazzetti possuem um espaço muito agradável e interessante para as crianças. No local são comuns as contações de história. E, desta vez, quem foi dar o ar da graça foi o girassol chamado Sol, que não queria olhar para o sol.

Atenciosos com os autores, a BIMM fez questão de enviar uma carta de agradecimento ao Sol e a sua autora. Confiram abaixo a carta na íntegra:



Sol e eu aproveitamos para agradecer a Fundação Casa de Rui Barbosa e a BIMM pela oportunidade de mostrar a sua trajetória.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

NELSON RODRIGUES: CEM ANOS DO "ANJO PORNOGRÁFICO".

No último dia 23 de agosto, o escritor e dramaturgo pernambucano Nelson Falcão Rodrigues completaria 100 anos. Autor de 17 peças teatrais, sete romances, cinco contos e diversas crônicas, Nelson era o quinto dos quatorze filhos do casal formado pelo deputado e jornalista Mário Rodrigues e Maria Esther Falcão.  O escritor conheceu em vida o aplauso e o esquecimento e, ao ser reabilitado há cerca de 20 anos, acabou por se tornar uma unanimidade nacional, uma das coisas que ele mais temia.

Torcedor fervoroso do fluminense, Nelson ficou famoso por suas crônicas esportivas e por suas célebres frases. "Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana. Às vezes, em um córner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural", disse certa vez o cronista responsável pela popularidade do Fla-Flu. 

Nelson Rodrigues com a camisa do time do coração.

Sua entrada no teatro, melhor dizendo seu nascimento como dramaturgo, aconteceu em um momento de dificuldades financeiras, quando escreveu sua primeira peça, A mulher sem pecado, em 1941. O estilo realista com fortes doses de erotismo ficou logo evidente em sua obra. A crítica à sociedade e as suas instituições, principalmente ao casamento fazem parte de toda a obra de Nelson, que foi comparado ao também escritor realista Eça de Queirós.
Algum tempo depois, escreveu uma das suas mais famosas peças, Vestido de noiva, que se tornou um enorme sucesso, tornando-se um marco do moderno teatro brasileiro.

Vida marcada pela tragédia

Nelson veio com a família para o Rio de Janeiro em 1916, onde viveu por toda a vida. Seu pai foi trabalhar no jornal Correio da Manhã, mas logo depois, na década de 20, resolveu fundar seu próprio jornal, A Manhã. Foi nesse jornal que Nelson iniciou sua carreira jornalística, aos treze anos de idade, na seção de polícia, experiência que lhe deu muita inspiração para suas futuras histórias. Apesar da situação financeira confortável na época, seu pai perdeu o controle acionário do jornal, mas, em 1928, fundou o diário A Crítica, que se tornou um sucesso de vendas mesclando uma cobertura política apaixonada com o relato sensacionalista dos crimes. Uma das notícias de capa causou uma tragédia na família. A notícia relatava a separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau Jr. A esposa indignada entrou na redação do jornal armada e atirou em Roberto, irmão do escritor. O pai, Mário Rodrigues, deprimido com a morte do filho faleceu meses depois. Com a Revolução de 30, o jornal é fechado e a família mergulha em uma crise financeira, que durou anos.


Em 1932, Nelson foi efetivado como repórter do Jornal O Globo e, pouco tempo depois, descobriu que estava com tuberculose. Passou um longo período em um sanatório de Campos do Jordão e o seu tratamento foi custeado por Roberto Marinho, dono do jornal, por quem Nelson ficou grato por toda a sua vida. Recuperado, retornou ao jornal e assumiu a seção cultural. 

Em 1945, Nelson passou a trabalhar nos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, quando escreveu seu primeiro folhetim, Meu destino é pecar, que alavancou as vendas de O Jornal, o que estimulou o escritor a escrever sua terceira peça, Álbum de família.

Em 1950, passou a trabalhar no jornal de Samuel Wainer, Última Hora e lá começou a escrever um de seus maiores sucessos jornalísticos, as crônicas de A vida como ela é, atualmente apresentadas no programa dominical Fantástico, da TV Globo, onde Nelson começou a trabalhar na década de 60, participando da primeira "mesa-redonda" sobre futebol da televisão brasileira, o programa Grande Resenha Esportiva

Saúde debilitada

A partir dos anos 70, Nelson viu sua saúde começar a decair. Fumante inveterado, o escritor descobriu-se portador de problemas gatroenteorológicos e cardíacos.

No dia 21 de dezembro de 1980, em uma manhã de domingo, aos 68 anos de idade, falecia o polêmico escritor, após sete paradas cardíacas. Nesse mesmo dia, Nelson acertou os treze pontos da loteria esportiva em um bolão com alguns amigos do jornal O Globo.

Para finalizar esta  homenagem, nada melhor do que uma definição do escritor, elaborada pelo próprio Nelson: "Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino).