domingo, 19 de agosto de 2012

Cem anos de Jorge Amado!

O Blog da Fátima Augusta não podia deixar de comentar os 100 anos do escritor JORGE AMADO, autor de 38 livros, morto aos 88 anos de idade, em virtude de uma parada cardiorrespiratória. Militante do Partido Comunista e com livros traduzidos em 49 idiomas e dialetos, o escritor é um dos maiores expoentes da literatura brasileira contemporânea.



Filho de um comerciante sergipano, proprietário de terras no sul da Bahia, Jorge Amado de Faria nasceu em Ferradas, município de Itabuna, a 10 de agosto de 1912. Devido a uma praga de varíola, a família foi  obrigada a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde o escritor viveu a maior parte da sua infância. Estudou Direito no Rio de Janeiro e, nessa época, fez seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado. Apesar de se afirmar materialista, Jorge Amado conciliava o ateísmo com a religião, mais precisamente o candomblé, chegando a propor uma lei que assegurava a liberdade de culto religioso, durante o período em que foi eleito deputado federal, em 1945, pelo Partido Comunista Brasileiro. Também foi autor da emenda que garantia os direitos autorais. As suas obras trazem o tom místico e religioso do povo brasileiro. "Jorge Amado conseguiu o absurdo de ser cético e de ser crente", comentou o escritor Carlos Heitor Cony (Jornal O Globo, Segundo Caderno, de 29/07/2012).

Com uma obra traduzida para 49 idiomas em 55 países, Jorge Amado é um dos escritores brasileiros mais respeitados fora do Brasil, onde após ter sofrido pressões políticas, viveu exilado na Argentina, Uruguai (1941 a 1942) e, após a cassação do seu mandato de deputado federal, cruzou o Atlântico e viveu em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Sua obra dessa época trazia um tom abertamente partidário, como "O mundo da paz" (1951) e "Os subterrâneos da liberdade" (1952).

A partir de 1958, com a publicação de "Gabriela cravo e canela", suas obras passam a ter um tom mais regional, místico e com toques de sensualidade. Criou várias personagens famosas e eternizadas no cinema e na TV, como Tieta, Gabriela, Teresa Batista, Dona Flor, entre outras. Alguns críticos da sua obra alegam que os tipos criados por Jorge Amado são repetitivos, como o coronel malvado, a beata, a prostituta, o idealista. Porém, são essas mesmas personagens que mostram a nossa realidade. Através dos seus romances vemos a desigualdade social, o poder do opressor sobre o oprimido, a escassez de recursos de muitos e a vida abastada de poucos da elite nacional. Enfim, apesar do regionalismo da sua obra, essas questões têm uma amplitude mundial, já que convivemos com a desigualdade em todos os lugares.

Em 1961, Jorge Amado foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 23. Essa mesma cadeira foi ocupada mais tarde, após sua morte, por sua mulher, a também escritora Zélia Gattai, com quem se casou em 1945 e com quem teve dois filhos: João Jorge (1947) e Paloma (1951). 

Em 1996, Jorge Amado sofre um edema pulmonar em Paris e cinco anos mais tarde, em 2001, após sucessivas internações, morre o escritor no dia 06 de agosto, vítima de uma parada cardíaca.

4 comentários:

  1. excelente homenagem. foi uma aula sobre o autor! fiquei feliz em ler. muito bom!

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  2. Nunca é demais exaltar a obra de um autor tão importante como o amado Jorge Amado! Independente das correntes que o admiram ou não, o escritor nos deixou um legado que já fez e fará sempre parte da educação brasileira. Afinal, quem nunca leu um de seus livros? Para mim, "Capitães da Areia" me remete o despertar da minha iniciação literária. Muito bom! Parabéns, pela lembrança!

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  3. Obrigada por lembrar desse grande autor!Parabéns,bjs

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  4. ...é ai que está a diferença de um grande escritor ou roteirista, escrever uma nova história com personagens que estão no nosso cotidiano sem ficar cansativo. Muito bom!

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