Como assim? Você chorou em uma comédia??? Essas foram as perguntas de um amigo profundamente surpreso, quando disse a ele que havia chorado em dois momentos do filme Minha mãe é uma peça. Mas é verdade, caros leitores, meus olhos se encheram de lágrimas em dois momentos deste filme que arranca sorrisos e gargalhadas em todas as sessões por onde é exibido. Tudo bem que sou considerada uma pessoa muito emotiva e sensível, mas é impossível não sentir a dor da perda de um filho, mesmo que não seja o seu, não é mesmo? Pois é, não vou falar aqui qual foi a situação exatamente. Afinal, quem está lendo este comentário, pode ainda não ter visto o filme e aí vou estragar a surpresa e a emoção dos espectadores. Mas eu gostei muito quando o ator Paulo Gustavo, que interpreta a mãe, usa a personagem da D. Hermínia para nos lembrar do quanto é difícil lidar com os autossuficientes adolescentes.
Apesar das gargalhadas e alegrias que desperta, o filme mostra de forma bem humorada a eterna preocupação e superproteção das mães com os seus filhos. D. Hermínia não hesita em ridicularizar a filha em uma boate lotada, se isso for necessário para mantê-la sob a sua proteção. Quantas mães não desejariam ter sempre os filhos debaixo das suas asas, não é mesmo? E quando eles esboçam uma reação, um desejo incontrolável de liberdade, elas enlouquecem e acabam metendo os pés pelas mãos. Mas ridicularizar um filho, ou criticá-lo de forma mais veemente só uma mãe pode fazer.
A situação que corrobora incrivelmente o exposto acima e que demonstra o que sente uma mãe por seu filho é a do mercado. D. Hermínia decide que não vai levar o presunto para casa por duas razões fortes: preço do produto e o excesso de peso da filha adolescente. Discussões e brigas entre as duas chamam a atenção dos outros consumidores e um deles, ou melhor, uma dessas consumidoras resolve entrar na briga e ofende a filha comilona da D. Hermínia. Nessa hora, pensei de imediato: "Isso não vai acabar bem". E, é claro, como eu previa, a mãe zelosa voltou com tudo para cima daquela "intrometida" que resolveu ofender a sua filha. Mãe é assim. Uma leoa quando se trata de defender os filhos. Nós, as mães, podemos falar o que quisermos para os nossos filhos, mas outras pessoas não! A cena é muito engraçada e extremamente verdadeira. Parabéns, Paulo Gustavo! Registro aqui os cumprimentos de uma mãe Leoa, com "L" maiúsculo!
Um outro ponto abordado no filme de forma bem humorada, mas não menos contundente, é a questão do cuidado da Mãe Mulher consigo mesma. D. Hermínia só vive com um lenço na cabeça e com os cabelos presos. Vive para os filhos e se esquece de si mesma e do marido, a quem ama de paixão (para mim esse amor ficou evidente durante todo o filme). O fato do marido tê-la trocado por uma mulher sem filhos e que só anda "no salto" a deixou ainda mais desgostosa para cuidar de si mesma. Esse é um erro muito comum e que consegue prejudicar vários relacionamentos. O que é certo: esquecer de si mesma e cuidar de todos a seu encargo? Ou cuidar de si e deixar que as coisas se resolvam por si só? Ninguém sabe ao certo a resposta correta. Mas uma coisa é certa: as mulheres são muito rigorosas com as outras mulheres, não é mesmo? Quem nunca ouviu uma mulher comentar sobre a outra esboçando uma crítica velada e feroz, quando aquela cuida mais de si do que das atribuições a seu encargo? O filme mostra claramente que o marido que partiu gosta da D. Hermínia, mas o seu instinto masculino o faz pender para o lado daquela mulher "sarada" e produzida, sempre pronta para ser exibida na sociedade.
Vocês, amigos leitores, ou melhor, minhas amigas leitoras, podem estar se perguntando se nós, as mulheres, reclamamos tanto quanto a D. Hermínia? Não sei se todas fazem isso, mas conheço muitas pessoas queridas, que depois de alguns ressentimentos, frustrações e tristezas nos seus relacionamentos, tornaram-se pessoas mal-humoradas e extremamente críticas, dificultando cada vez mais a convivência e o relacionamento a dois. Na minha modesta opinião, acho que vale a reflexão de todas nós.
Enfim, fica aqui o meu comentário e a minha recomendação. Gostei do filme. Gostei do bom humor, gostei da forma como temas sérios foram abordados. Eu ri, chorei, me emocionei e, sobretudo, me diverti. Ah, e queria agradecer ao Paulo Gustavo. Apesar do jeito caricato (e muito divertido) com que revelou o comportamento feminino nas diversas situações apresentadas, conseguiu levantar questões que merecem reflexão. Voltei infinitamente mais bem humorada do que quando entrei na sala de cinema. Valeu, Paulo Gustavo!
Também gostei do filme. Não chorei, pois homem não chora ! Adorei ver o cara com a menina novinha, afinal alguém tem que se dar bem no filme! rsrsrsrs
ResponderExcluirExcelente post!
Bjs
Obrigada por seu comentário, Denis, porém só tenho que discordar de uma coisa: homem chora sim! Um grande abraço!
ExcluirAdorei, Tia!!!!!!! Estou DOIDA para assistir! ;)
ResponderExcluirObrigada, Viviane! Assista sim, vale muito a pena! Beijinhos!
ExcluirPaulo Gustavo é fantástico, inteligente, criativo e inovador! Adorei o seu texto, descreveu bem o que o filme transmite. Não esperava a cena da perda do filho...fiquei muda...pensativa. Realmente, somos leoas! bjs
ResponderExcluirElisangela
Obrigada, Elisângela! O Paulo Gustavo é muito bom sim! Beijos,
ExcluirAdorei, Fatinha!
ResponderExcluirPaulo Gustavo é bom demais. O pessoal aqui não perde um 220V!!!
Vou ver o filme ainda. Tenho certeza de que vou chorar. Chorar de rir!!!
Obrigada, Julinho! Tenho certeza que você vai rir muito sim. O texto é ágil e muito bem humorado. Não perca! Um grande abraço!
ExcluirÉ minha irmã eu não vi o filme, mas você escreveu muito bem sobre ele; alias como sempre né meu orgulho,Bjs.Nitinha.
ResponderExcluirNitinha, você deveria ver o filme. É muito bom! Pelas reflexões que sugere e pela alegria com que os temas são tratados. Não perca! Beijão!
ExcluirDe fato, o filme "Minha mãe é uma peça" é atração para ser indicada e deleitada por todos. Pais, mães, filhos, tias, entre outros, pessoas comuns que se enxergarão em alguma situação vivenciada pela família da D. Hermínia. Além de tudo, a nossa ida ao cinema serve como incentivo à nossa indústria cinematográfica nacional. Ótima dica e excelente post!
ResponderExcluirBeijinhos
Obrigada, Cosme! De fato, é bom ver o sucesso e a popularidade do cinema nacional hoje em dia! Um grande abraço!
ResponderExcluirFatinha,
ResponderExcluirO filme é muito bom. Valeu a pena a pipoca, o refri e o chocolate... Rsrs
Chorei de rir !!
Bjs