quarta-feira, 16 de março de 2016

CRÔNICA DO DIA: O CAFÉ.

A empresa havia comprado uma máquina nova de café. Os funcionários ficaram eufóricos. "Será que o café dessa máquina é melhor do que o da outra?", perguntavam-se. A ansiedade dissipou-se logo após a instalação. As tais máquinas ofereciam três tipos de café - suave, forte e tradicional. Todos estavam encantados com a novidade e a variedade das opções oferecidas. 




Passada a empolgação inicial, começaram os comentários a respeito do café. Uns acharam fraco. Outros forte. Outros levantaram a questão da higiene da engrenagem. Outros ainda, alegaram que a água utilizada pela máquina não estava própria para o consumo. Enfim, a máquina de café era o assunto predileto da chamada "rádio corredor". E as manchetes das matérias dessa rádio, tão popular em ambientes corporativos, não eram nada boas... 

Foi então que alguém levantou a voz para trazer uma solução que pretendia salvar os paladares mais apurados no quesito "café". "Que tal comprarmos uma cafeteira com os nossos próprios recursos e fazermos o nosso próprio café?", sugeriu uma voz. A ideia foi simpática a muitos e nos dias que se seguiram a movimentação foi grande para alcançar o novo objetivo da equipe. Pesquisa aqui, pesquisa ali. Por fim, encontraram uma "maravilhosa", que atenderia a todos magnificamente. Iniciou-se o rateio. Todos os participantes da nova empreitada colaboraram.

Finalmente, ela chegou! A animação foi geral. Todos queriam estrear o novo "brinquedo". Sim, brinquedo. Pareciam crianças diante de um novo presente, que há muito sonhavam. Estabeleceram regras para o uso, como quem faria o café, quem limparia a engrenagem, quem compraria o pó de café, o açúcar e por aí vai. A empolgação só aumentava. As tardes ficaram até mais doces. Bolos eram comprados para acompanhar e dar mais sabor ao momento do cafezinho. Imaginem o cheiro prazeroso que invadia o ambiente, quando chegava a hora do café. Um aroma convidativo, posso garantir!

Tudo ia bem, até que velhos costumes começaram a vir à tona. Os homens foram deixando de mansinho a tarefa de fazer o café. Vez ou outra, um deles aventurava-se na função e ainda se autoelogiava, afirmando que "o seu café sim, era café de verdade", mesmo que ele só o fizesse esporadicamente. Como somente as mulheres passaram a dividir a tarefa, iniciou-se, entre elas, uma vigília para ver quem estava colaborando. Começou o disse-me-disse. Ouvia-se a "boca pequena" coisas do tipo "fulana nem encosta na máquina para fazer o café e ainda tem a cara de pau de perguntar se tem café fresco logo que chega". "Mas que café ruinzinho. Não sei como uma pessoa assim se diz dona de casa". "Não sei não, mas acho que não vou participar mais do rateio, só eu faço café". "Se eu não chegar cedo, não tem café".

E o que era um prazer inenarrável começou a desencadear atritos. As pessoas entreolhavam-se com ar indisposto. Antigas antipatias começaram a vir a tona e com isso, um depois outro foi desistindo da empreitada e retornaram para a máquina de café, que mantinha-se pacientemente firme aguardando seus clientes. 

Os dias transcorriam felizes e laboriosos. A máquina de café voltou a ativa freneticamente. Durante um tempo... Não muito. Até que alguém começou a notar certas imperfeições naquele café tão... "Mecânico"! "Esse café é tão sem gosto!", dizia um. "Muito forte esse café", dizia outro. De repente, alguém notou em um cantinho da bancada a esquecida e empoeirada cafeteira e teve uma brilhante ideia: "pessoal, por que não usamos a cafeteira para fazer nosso próprio café?", sugeriu o criativo funcionário. As pessoas gostaram da sugestão e começaram a estabelecer os regulamentos para o uso. Assim, mais uma vez, a máquina de café entrou de férias. Férias? Sim, férias. Já, já, ela volta ao trabalho. 




quarta-feira, 9 de março de 2016

CRÔNICA DO DIA: MULHER!

Há quem considere desnecessário comemorar o Dia Internacional da Mulher. Afinal, todos os dias são nossos. É o que dizem. Outros o acham imprescindível como forma de valorizarmos quem há muito não tinha voz.


É verdade, muito já se conquistou... 


Por necessidades orçamentárias nos foi permitido trabalhar. Assim, assumimos a contribuição monetária ao orçamento familiar e continuamos com as nossas tarefas domésticas. Afinal, trabalho de casa é coisa ainda de mulher para muitos hoje em dia. Não tínhamos direito a voto, não tínhamos direito a opinião e até o famoso CPF (Cadastro de Pessoa Física) tinha o mesmo número do marido. E isso não faz tanto tempo assim. Uma amiga de 65 anos ainda conservava, até bem pouco tempo, o mesmo número de CPF do marido.

Pois é, o tempo passou e quando olhamos para trás, percebemos que já conquistamos muitas coisas. Mas ainda há muito por fazer. Continuamos travando pequenas batalhas diárias pelo respeito e reconhecimento. Ainda precisamos muito do amparo da lei para nos sentirmos seguras e com nossos direitos assegurados. Vejam o exemplo de alguns grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro, que estabeleceu o vagão rosa no Metrô, exclusivo para mulheres, vítimas de assédio, no horário do rush. Grande parcela da população não gosta dessa lei, até mesmo mulheres, pois a acham segregacionista e consideram que a educação e o respeito deveriam ser ensinados desde os anos iniciais na escola. Sim, educação é a base de tudo. Concordo. Até porque a criação dos tais vagões indica que consideramos os homens seres um tanto quanto irracionais, que não conseguem domar seus instintos. Porém, o trabalho junto às crianças só será percebido mais adiante. O que faremos com as vítimas do agora? Enfim, muitas vezes, medidas consideradas inadequadas visam proteger quem não tem como se defender em determinada situação. O debate continua. 

Mas nesse dia em que comentamos sobre direitos adquiridos, lutas vitoriosas e sonhos que se realizaram, uma pessoa me veio a cabeça: minha mãe. Nascida durante os anos 1920, minha mãe, criada sob rígidos costumes, teve que deixar a profissão que amava, o magistério, logo após o casamento e a chegada repentina do primeiro dos seus cinco filhos. Não porque o marido a proibiu, embora nada fosse facilitado. Ela simplesmente não tinha com quem deixar meu tão querido irmão mais velho. Sua mãe, minha avó, lhe disse: "lugar de mulher é em casa cuidando do marido e dos filhos", sentenciou.

Assim, o magistério perdeu uma excelente professora e o lar ganhou uma das mães mais dedicadas, carinhosas, batalhadoras, amigas que eu pude conhecer. Muito antes ainda da minha chegada (sou sua quinta filha, a chamada temporão, nascida com uma diferença de quase dez anos para a minha irmã), a situação econômica da família se agravou e minha mãe teve que contribuir com as despesas da casa, como costureira, afinal era o que podia fazer com quatro filhos sob seus cuidados. 

Os anos se passaram, outros trabalhos vieram, muitas lutas, muitas dificuldades e, finalmente, cheguei eu. Talvez eu tenha chegado em um dos seus momentos de maior turbulência, quando a situação financeira da família estava no ápice da dificuldade. Posso imaginar a angústia da minha mãe ao perceber que mais um membro ia agregar-se àquela situação difícil. Curiosamente, após a minha chegada, com os meus irmãos já crescidos, minha mãe foi trabalhar no ambiente que mais amava: uma escola! Não como professora e sim como responsável pela livraria da instituição. E o melhor de tudo, pode me levar com ela. Desta forma, tive a oportunidade de crescer em meio aos livros e ao lado da pessoa mais especial que conheci. Passava o dia na escola. Estudava pela manhã e no resto do dia, dividia meu tempo entre a biblioteca e a livraria. Ou, muitas vezes, brincando sozinha pelo pátio, pois meus amigos já tinham ido para casa. 

Minha mãe trabalhou lá até se aposentar. Eu saí de lá para a faculdade. Não vou dizer que a vida foi fácil. Não. Em termos materiais, o dia a dia continuou sendo de muita luta. Mas fui feliz ali. Muito! Eu tinha ELA, minha mãe! Os livros! Os amigos que fiz para toda a vida! 

Então, no dia em que todos celebram o nosso dia, as vitórias, as conquistas, eu decidi homenagear a ela. Nunca vi minha mãe queixar-se, gritar, maldizer. Algumas vezes, a percebi cansada, desanimada. Mas não podia esmorecer. Sua família dependia da sua força, da sua conduta. A dignidade, o caráter, o carinho, a dedicação, a suavidade forte fizeram da minha mãe um exemplo. De vida. De amor. Todo o meu carinho, todo o meu amor, todo o meu respeito são para você, MÃE!!! 



segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

PAPO DE MÃE: O JOGO.

Há tempos venho pensando em criar esse marcador... Sabe como é, trocar e contar experiências do dia a dia de ser mãe. Mas sempre acabava deixando para depois.
Bem, mas a oportunidade se fez presente hoje, quando meu filho, de 10 anos, me chamou para ver um vídeo sobre um novo jogo.



Se me perguntassem há tempos atrás se eu ficaria assistindo um cara falar durante quase dezoito minutos sobre as várias formas de se cometer um assassinato, eu diria que seria impossível algo assim. Afinal, nunca fui fã de games. Principalmente, os violentos.

Pois é, mas se seu filho pedir para você dar sua opinião sobre algum jogo, melhor dar atenção. Se fosse algo que ele julgasse "tranquilo", ele não estaria pedindo sua avaliação, não acham?

E lá fomos nós para a tela do computador. De cara, ao digitar o nome do jogo, Yandere Simulator, encontrei na página de busca um blog de desenvolvimento de jogos. No texto sobre o jogo em questão havia a reclamação de que o site Twitch, famoso pela transmissão de diversos jogos, havia banido o tal do Yandere Simulator. "Informação relevante", pensei. 





Continuamos a observar a lista de sugestões no site de busca. Foi então que meu filho falou sobre o canal de um outro 'famoso' youtuber, o Molusqueti, que dá várias dicas sobre jogos. "O Brasil ficou em segundo lugar em visualizações do Yandere Simulator, com 1 milhão de acessos. Os Estados Unidos ficou em primeiro, com 3 milhões de acessos", me contou empolgado. Meu interesse começou a aumentar. Perguntei onde ele viu essas informações. "Nesses vídeos do Molusqueti!", respondeu prontamente. "Ah, sim! No Youtube!", argumentei para disfarçar minha ignorância diante de fato tão óbvio. Voltamos ao site de busca e lá fui eu encontrar o tal do Molusqueti. Encontrei. Fomos assistir o vídeo.

De início, achei chato, uma falação sem fim, mas depois de um minuto, as descrições e sugestões do "cara" firmaram minha atenção. Em cerca de quase dezoito minutos, Molusqueti apresenta diferentes formas da personagem central conseguir seu intento. E sabe qual é o objetivo? Assassinar suas colegas de colégio. 

"Mas por que ela quer matar as outras garotas?", questionei o eloquente rapaz ao meu lado. "Porque ela gosta de um garoto e pra que ele a note, ela tem que matar todo mundo", explicou. "Como assim? Ela tem que matar pra ser notada???", perguntei estupefata. "Não só por isso. Ela tem ciúmes também. Então, toda garota que chega perto dele ela quer eliminar", acrescentou. 

Choquei! Que história horrível! Me lembrou o dia em que meu marido, na época ainda namorado, me levou para assistir Sexta-feira 13 - parte... Alguma coisa! Depois de tampar os olhos quase todo o filme, gritar feito louca e agarrar o braço dele quase interrompendo a circulação, fiz a mesma pergunta: "por que esse louco quer matar todo mundo com essa serra elétrica?" Ouvi a explicação de que eu estava naquele estado deplorável porque não havia visto o primeiro filme. Se não me engano, acho que estávamos assistindo ao sexto filme dessa franquia tenebrosa, que já movimentou cerca de quinhentos milhões de dólares. "E como se faz para enterrar esse morto vivo de vez?", questionei irritada na época. A resposta vocês já sabem. Naquele filme ninguém sabia ainda como enterrar aquele zumbi dos anos 80. Pelo visto, até hoje não sabem, pois pretendem revivê-lo, ou acordá-lo novamente em 2017.


Jason, o temido assassino de Sexta-feira 13.


Mas voltemos ao jogo. A história se resume nas ações dessa colegial adolescente, que decide eliminar qualquer obstáculo que se interponha entre ela e o seu amor. Para mim ela é uma jovem psicopata. E, pelo visto, a patologia vem de família, conforme me explicou o jovem rapazinho: "o cara, o Molusqueti, vai montando uma teoria a partir das atualizações, tipo a família dela, a mãe era louca, a avó também. E agora ela". No vídeo, Molusqueti faz questão de mostrar que não há sangue nesse jogo. Porém, as ações e intenções da protagonista são funestas. 

Depois de assistir a tudo, meu filho e eu continuamos nossa conversa. Afinal, por que ele quis que eu conhecesse o jogo? Segundo ele, queria saber minha opinião a respeito. Bem, diante disso, eu falei que ele já imaginava a minha resposta. Eu continuo não gostando desses jogos e filmes com a mesma temática, porém não vi nada nesse jogo que já não tenha sido mostrado em outros, como o GTA, Assassins Creed e afins. Eu, realmente, não curto, não aprecio. Tampouco posso afirmar o quanto eles podem influenciar negativamente a personalidade de cada um. Mas não posso deixar de admitir o lucro absurdo obtido por essa indústria de games, o que demonstra o grande número de adeptos do estilo

Agora o melhor mesmo dessa história toda foi o papo que tivemos, meu filho e eu. Ele me ajudou a conhecer mais sobre esse universo e, sobretudo, perceber que a informação vai chegar para eles de qualquer forma, mais cedo ou mais tarde. O que precisamos é cultivar esse contato, essa proximidade, para estabelecermos uma confiança recíproca, que o ajude no futuro a escolher o melhor caminho. 

Ah, um outro detalhe importante é que, por mais enfadonho que seja o assunto, ou por mais cansados que estejamos, devemos dar atenção a essas solicitações. Elas podem conter um desabafo, uma tristeza, ou um pedido de ajuda. Se o assunto for leve ou simples, só saberemos se os escutarmos, não é mesmo?

Então, com vocês, o jogo da vida!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

CRÔNICA DO DIA: VICE DECORATIVO???

Fiquei estarrecida com a carta do vice-presidente à Dilma! Quero dizer, a carta endereçada, na verdade, à nação brasileira.

Depois de participar do primeiro mandato de Dilma "decorativamente", como ele afirma na carta, Michel Temer aceitou compor o quadro e se manteve na chapa para o segundo mandato da presidente eleita.

No texto, o ainda vice-presidente enumera seus vários feitos durante sua permanência "decorativa" no cargo, porém lamenta que nenhum deles tenha sido reconhecido pela presidente e seus assessores.

Dilma e Temer, conversando.


Além de estarrecida, achei lamentável a atitude do vice-presidente e confesso que fiquei muito receosa do que pode vir a acontecer. 

Caso a presidente sofra o impeachment, quem assumiria no seu lugar seria o vice, Michel Temer. Caso os dois fossem indiciados e condenados no processo, quem assumiria interinamente, já que o governo ainda está na primeira metade do mandato, seria o presidente da Câmara. Eduardo Cunha teria, então, que convocar novas eleições em até 90 dias. Isso, claro,  se nada mudar ou acontecer durante o período da permanência no poder do criativo e bem articulado Cunha.

Michel Temer, vice-presidente, e Eduardo Cunha, presidente da Câmara.


Bem, o vice-presidente não sofreu até agora e, provavelmente, não sofrerá o impeachment. Mas o que acontece se ele sair do governo e a presidente Dilma for impedida de continuar no cargo? Vamos pensar. Estamos na primeira metade do segundo governo de Dilma. Então, pelo que diz a nossa Constituição e já mencionado acima, quem assumiria interinamente seria mesmo o Eduardo Cunha. Enquanto isso, como fica o seu processo? Se Cunha também for afastado, quem assumiria seria o presidente do Senado, Renan Calheiros - PMDB-AL. 

Michel Temer, com Renan Calheiros, presidente do Senado.


Enfim, embora sejam peças "decorativas" no governo petista, é o PMDB que assumiria o governo até as próximas eleições, caso a saída da presidente Dilma se concretize. Isso, se tudo for decidido ainda na primeira metade do mandato.

Ah, mas temos um outro detalhe importante: se o processo contra Dilma só for finalizado na segunda metade do seu mandato, o presidente da Câmara (ele de novo!) assume o cargo e realiza uma eleição INDIRETA para a escolha do sucessor. Nessa eleição votam, apenas, os senadores e os deputados federais.

Pois é, amigos leitores, o momento é sério e inspira muita atenção. Não cabem brincadeiras como a que vi, agora há pouco, em uma rede social, onde um internauta afirmava que "até Fernandinho Beira Mar seria melhor que Dilma". Muito cuidado com o que dizemos e, sobretudo, com o que desejamos. Nossas ações, nossos pensamentos, nosso descaso, nossa falta de compromisso com a seriedade podem prejudicar o nosso futuro e o de todo o país. Atenção, amigos leitores! Muita atenção!


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

CRÔNICA DO DIA: "É UMA VERGONHA!"


É uma vergonha! É só o que podemos dizer do nosso Congresso Nacional e suas lideranças. O cinismo e a falta de compromisso com a nação e com o povo brasileiro são chocantes! Ninguém está preocupado com o destino do país! Em como o país parou a partir das últimas eleições. Só pensam em seus próprios interesses. Não vejo uma só pessoa no Congresso, no Senado, ou no executivo capaz de pensar no país, no povo brasileiro. É um festival de conchavos e acordos. 


O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, faz ameaças públicas a todos, caso não concordem com suas manobras e decisões e tudo fica por isso mesmo. Absurdo total! E agora, para sair do foco da questão e em uma atitude clara de retaliação, aceita abrir o processo de 'impeachment' contra a presidente Dilma. Não porque queira o melhor para nós, cidadãos brasileiros. Não! E sim para dar uma demonstração clara de força e impunidade. A oposição ao governo petista lhe estende as mãos, porque ele atende aos seus interesses mesquinhos e imediatistas.

Se o processo de 'impeachmentfor aceito, a presidente pode ficar afastada do cargo por 180 dias e, durante esse período, o vice, Michel Temer, assume o cargo. Caso saia vitoriosa, ela retorna ao cargo. Caso contrário, continuaremos governados pelo vice do PMDB. Grande mudança essa, meus caros! 

E enquanto só se fala nisso, Cunha permanece no cargo, imune às investidas insípidas dos seus opositores e o país... Ah, o país... Aguarda de braços cruzados, silencioso, o que essa elite política, de conduta duvidosa decide para as nossas vidas.

Como bem disse em entrevista o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa: "Não vejo, tanto na ala governamental quanto na oposição, a liderança lúdica que dê a direção correta".


Enfim, um futuro sombrio para nós, cidadãos brasileiros, pagadores de impostos e da conta que não reflete o nosso consumo.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

BLOG DA FÁTIMA AUGUSTA: QUATRO ANOS!!!!


FELIZ ANIVERSÁRIO PARA O BLOG DA FÁTIMA AUGUSTA!!!


Hoje é um dia especial... É o dia do aniversário do Blog da Fátima Augusta. Quatro anos se passaram desde a primeira postagem, que contava como nasceu a ideia da história do girassol chamado Sol que não queria olhar para o sol.





Muitas águas rolaram, muitas novidades surgiram, muitas ideias brotaram. E hoje, o Blog ganhou um público fiel, amigo, que espera sempre por uma nova postagem.

Como de costume, vou aproveitar a oportunidade para divulgar as cinco postagens mais visitadas no último ano. Vejam só:




E vocês? Já escolheram qual a sua postagem favorita do Blog da Fátima Augusta? Opinem, escolham e, se quiserem, podem sugerir algum assunto que gostariam de ver abordado neste blog. 

Espero por vocês!

E...  Mais uma vez MUITO OBRIGADA, caríssimos leitores e amigos!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

"É SÓ UMA PIADA!" (Bullying ou brincadeira?)

Participei de um encontro no Colégio de Aplicação da UERJ (CAp-UERJ), no último sábado, que pretendia discutir o bullying  no ambiente escolar. Nomeado "Bullying no CAp-UERJ - reconhecer para combater", o encontro propunha um bate-papo sobre a questão, que gera tanta polêmica e sofrimento àqueles que são vitimados pela prática. Mas foi mais que isso. A grande questão levantada no encontro foi "afinal, é brincadeira ou bullying?"


Para ilustrar o encontro, mediado pela professora Claudia Barreiros, coordenadora do projeto de combate ao Bullying através da identificação e reconhecimento do problema, foi apresentado o documentário "O Riso dos outros". Nele, vários humoristas, escritores, chargistas, comediantes, professores, escritores, blogueiros, entre outros, comentam o assunto e, em muitas situações, acirram os ânimos e nos fazem parar para pensar. Se puderem, não deixem de assistir. Eu recomendo. É excelente para reflexão.

"É só uma piada", disse o comediante Rafinha Bastos, alvo de uma grande polêmica envolvendo o tema estupro. Apoiado por alguns, como a também comediante Marcela Leal, o comediante Danilo Gentili, entre outros, a frase gerou também uma grande onda de protestos. "As piadas não tem um fundo de verdade. Elas são a verdade. São a verdade com o nariz de palhaço", disse o escritor Antônio Prata. "As liberdades têm limites", alerta o deputado Jean Wyllys, acrescentando que a nossa liberdade termina quando começa o direito do outro.


"As piadas são a verdade com o nariz de palhaço".

Acho que é exatamente aí que está o ponto. Talvez porque a maior dificuldade do ser humano, a meu ver, é se colocar no lugar do outro, sentir a sua dor. Quando não somos capazes de fazer isso, não conseguimos perceber onde está o limite do espaço do próximo. Não conseguimos perceber o que é divertido e o que pode ser uma agressão ou um grande sofrimento. E qual será o motivo de fazermos graça com o sofrimento, ou a condição em que se encontra o outro? Isso é realmente engraçado? "Eu me vendo por riso", disse o comediante Danilo Gentili, reforçando a ideia do "é só uma piada". Será mesmo que vale a pena ganhar o riso de muitos, em detrimento do choro de alguns?



Certo, até agora, o que vimos no encontro foi o despertar do tratamento dado ao bullying no humor. Afinal, é tão comum comparar e igualar o bullying a uma brincadeira. É só prestarmos atenção na popularidade dos nossos humoristas. Mas e no ambiente escolar? Sim, na escola, quando os envolvidos são crianças do primeiro segmento do ensino fundamental e tem, no máximo, 12 anos de idade? Para a professora Claudia Barreiros, não se deve criminalizar o praticante do bullying. É preciso entender as motivações para tentar parar o processo. Um fato interessante mencionado no encontro foi a questão do "alvo". Sim, por que algumas pessoas são alvos fáceis para os praticantes do bullying? O que determina o "alvo"? Segundo a professora, o alvo normalmente demonstra um grande "sofrimento" com a situação, o que só alimenta esse tipo de atitude. "Muitas vezes outros membros do grupo aderem à prática para não se tornarem alvo", alerta Claudia, acrescentando que muitos praticantes de hoje já foram vítimas no passado.



Bem, mas identificado o problema o que fazer? Segundo a coordenadora do projeto, o primeiro passo é conversar com os envolvidos, para fazê-los entender as implicações de tais atos. Se não adiantar, aí sim, os pais devem ser acionados. "Alguns pais dos praticantes do bullying ficam chocados ao tomarem conhecimento das atitudes do filho, porque sequer o imaginavam capaz de cometer essas ações. Num primeiro momento, negam. Depois, normalmente, querem punir severamente. E, ao final, buscam o entendimento através de conversas", explica a professora.

Pelo que pude observar no encontro, o processo para identificar e combater o bullying é longo e exige boa vontade de todos os envolvidos. Para o "alvo" é um grande sofrimento e passar por esse período pode acarretar situações imprevisíveis, como no caso da estudante que foi vítima de ciberbullying e acabou se suicidando. 



Por tudo isso, por mexer com sentimentos profundos e grande sofrimento dos envolvidos é que precisamos estar atentos a questão. Em âmbito escolar, os educadores, inspetores e profissionais da educação em geral têm que estar abertos para ouvir os "alvos" e avaliar criteriosamente a situação. Eu mesma mencionei durante o encontro, que as crianças ou adolescentes vítimas do bullying devem sentir segurança no adulto que escolheram para relatar o problema. Caso contrário, as consequências podem ser extremamente prejudiciais. Mesmo no CAp-UERJ, onde o projeto de combate ao bullying é incentivado, contando, inclusive, com uma semana inteira dedicada ao tema, ainda há muito por ser feito. A mudança de hábitos e a conscientização não acontecem da noite para o dia. Mas o primeiro passo já foi dado. Para encerrar o encontro, Claudia Barreiros propôs uma palavra: "parceria!" 

Continuemos a caminhar, então! Juntos, atentos e comprometidos. Sempre na busca do respeito ao próximo.